A estiagem que se abateu sobre o Rio Grande do Sul desde o final do ano passado representa, até este momento, uma perda de 26,91% no volume de grãos que o Estado pretendia colher na safra 2022/2023, segundo os dados divulgados na manhã desta terça-feira pela Emater/RS-Ascar, durante a 23ª Expodireto, em Não-Me-Toque. Dos 33, 84 milhões de toneladas projetadas inicialmente pela Emater, devem ser colhidos 24,73 milhões de toneladas de grãos, entre arroz, feijão (primeira e segunda safras), milho e soja, 9,11 milhões de toneladas a menos em relação à primeira estimativa.
O maior impacto do estresse hídrico foi registrado no milho grão, cuja quebra chega neste mês de março a 40,05%. A Emater visitou 458 municípios com o cultivo e apurou que dos 6,10 milhões de toneladas estimados em setembro do ano passado para a safra de verão devem ser colhidos 3,59 milhões de toneladas. No ranking dos 12 municípios com melhor performance, a maior produção foi registrada em Caxias do Sul, com com 658 mil toneladas, e a menor em Pelotas, 110,5 mil toneladas. A área plantada com o grão também diminuiu, de 831,78 mil hectares para 810,38 mil hectares.
A soja, principal cultura plantada no Estado, tem projeção de perda menor, caindo de 20,56 milhões de toneladas para 14,16 milhões de toneladas, 31,10% a menos. Segundo o diretor técnico da Emater, Claudinei Baldissera, os dados da soja ainda podem sofrer alteração, já que a colheita da oleaginosa ainda é incipiente, em razão do atraso no plantio, provocado pela falta de umidade em dezembro passado. A área plantada com soja no Rio Grande do Sul se manteve praticamente inalterada em relação à projeção inicial, ficando em 6,51 milhões de hectares, contra os 6,58 milhões de hectares estimados em setembro de 2022.