A primeira fala do presidente Jair Bolsonaro no Sete de Setembro, em Brasília, foi aprovada pelos aliados e pelo comitê da reeleição, que classificaram o discurso de “light”.
Foi um discurso de campanha, de candidato, com ataques a Lula, sem citá-lo nominalmente, apelo a temas da agenda de costumes, mas sem críticas diretas ao Judiciário nem ataques aos ministros Alexandre de Moraes e Edson Fachin.
Apesar de não conter críticas ao sistema eleitoral brasileiro, o que foi recebido com alívio pelos aliados, a fala de Bolsonaro manteve o tom preconceituoso e conservador, tentando passar a imagem de que a eleição é uma guerra do bem contra o mal. E que a liberdade dos brasileiros está em jogo, o que não é verdade.
O temor dos aliados era que o presidente reproduzisse a fala do Sete de Setembro do ano passado, quando ele mesmo depois recuou e foi obrigado a assinar uma nota pedindo desculpas pelos ataques ao ministro Alexandre de Moraes.
Agora, a expectativa é que ele mantenha o mesmo roteiro na fala programada para o período da tarde no Rio de Janeiro. Um discurso de campanha, mas não num tom de ataques a instituições democráticas.
Aliados lembram que as pesquisas internas do comitê da reeleição mostram que ele perde votos quando faz ataques ao Judiciário. Ou seja, ele teria seguido um roteiro pragmático para evitar desgastes na campanha eleitoral.