Com a chancela de artistas, representantes de universidades, governo estadual, empresários, grupos de comunicação, entidades de classe, da sociedade civil e de ativistas da luta contra a violência a mulher, que lotaram as dependências do Vestíbulo Nobre do Parlamento gaúcho, foi lançado na noite de quinta-feira (7), o Comitê Gaúcho Impulsor do Movimento Mundial ElesPorElas (HeForShe), da ONU Mulheres. Na prática, o Comitê propõe ser uma frente multisetorial integrada por diferentes forças da sociedade para trabalhar em ações concretas e de engajamento à igualdade de gênero, empoderamento feminino e combate a qualquer tipo de violência contra as mulheres e meninas, seja psicológica, sexual, física ou moral.
O Rio Grande do Sul é o primeiro estado brasileiro a contar com uma representação do Comitê Nacional Impulsor Brasil ElesPorElas (HeForShe), que busca criar compromissos institucionais e corporativos a serem incentivados e incorporados em empresas, governos e universidades pela igualdade de gênero. “Esse dia, que certamente ficará como mais uma marca positiva do nosso Parlamento, é fruto de um esforço conjunto que conseguiu produzir uma unanimidade, que começou com uma ação política e se transformou em uma causa da Assembleia Legislativa e do RS”, destacou o presidente da Casa Legislativa, deputado Edegar Pretto (PT), lembrando que foi a pedido dos movimentos das mulheres gaúchas do campo e da cidade que passou a utilizar o mandato para produzir espaços, debates e políticas que resultaram na criação da Frente Parlamentar dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, a primeira criada no país e que resultou no convite da ONU para integrar o Comitê Nacional.
“Me disseram que ia ser grande, mas minha imaginação não chegou a tanto. Espero que viralize”, discursou a representante do escritório da ONU Mulheres no Brasil, a espanhola Nadine Gasman, acrescentando que a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres é um dos 17 pontos da agenda 20/30 da ONU, plano de ação da Organização das Nações Unidas com objetivos de desenvolvimento sustentável e 169 metas nas áreas econômica, social e ambiental.
“Nenhuma universidade, nenhuma empresa, nenhum setor, nenhuma personalidade foi convidada para estar aqui por acaso. Precisamos da força de vocês para fazer com que se mude a realidade do Rio Grande do Sul. Pois todos que estão aqui não se conformam que em um ano tenhamos perdido 96 mulheres no estado, a maioria assassinada dentro de suas casas. Não achamos normal que em pleno século 21 tenhamos mulheres fazendo a mesma tarefa que os homens e ganhando menos por serem do sexo feminino. Queremos nos modificar como pessoas, mudar o nosso entorno e cuidar da próxima geração”, frisou Edegar Pretto, acrescentando que esse debate precisa ocorrer no parlamento, mas principalmente fora dele, nas ruas, nas empresas, escolas, nas casas das pessoas. O presidente da Assembleia adiantou ainda que no dia 8 de maio, 18h30, no Espaço de Convergência deputado Adão Pretto, será realizada a primeira reunião para debates as ações a serem realizadas pelo Comitê.
Assinaram adesões ao Movimento representantes da Procuradoria-Geral de Justiça, Tribunal Regional do Trabalho, governo estadual, prefeitura municipal de Porto Alegre, Ministério Público, universidade Federal de Passo Fundo (UFPEL), Unilasalle, UFRGS, CMPC Celulose Riograndense, Grupo Randon, General Motors, Moove Comunicação, Rede Record/Correio do Povo, Rede Pampa, Agert, Bandeirantes, RBS, Planalto Transportes, Universidade de Passo Fundo, Instituto Federal Farroupilha, Unipampa, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RS, Universidade Federal de Rio Grande, Universidade Federal da Fronteira Sul, UERGS, PUC, Instituto Federal Sul-Rio-Grandense, OAB, Famurs, ONG Themis, Associação Brasileira de Eventos, Comitê Latino-Americano e Caribe para defesa dos direitos da Mulher, Coletivo Feminino Plural, Trade Turístico Gaúcho, os clubes Grêmio e Internacional, além do ator Werner Schünemann e os músicos Sady Homrich e Thedy Corrêa (Nenhum de Nós).
O ato contou ainda com a apresentação de alunos da Fábrica de Gaiteiros, projeto coordenado pelo músico Renato Borghetti voltado à educação musical de crianças e jovens de sete a quinze anos, através do ensino do acordeão diatônico, conhecido popularmente como gaita de oito baixos.
Entre os países que mais têm adesões ao Movimento estão Estados Unidos, Reino Unido, Equador, Brasil e Canadá.