Os policiais civis do Rio Grande do Sul voltaram a entrar em greve nesta segunda-feira (6) após o mês iniciar sem que tenham recebido qualquer valor referente ao salário de outubro. A decisão foi tomada em assembleia realizado no Palácio da Polícia na última sexta-feira (3), mas a paralisação segue os moldes do que ocorreu no mês passado, quando a categoria entrou em greve no dia 5 de outubro e só retomaram as atividades no dia 13, quando o governo quitou a folha de pagamento da categoria.
Desde o mês passado, o governo substituiu o método de pagamento de parcelas lineares para todos os servidores por priorizar primeiro o pagamento integral dos menores salários, o que fez com que os policiais permanecessem até o dia 13 sem vencimentos. De acordo com o presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da Polícia Civil do RS (Ugeirm), Isaac Ortiz, a paralisação não é apenas pela integralização do salário, mas também contra o que chamou de “abandono da segurança pública” no Estado.
Ele destaca que os dados divulgados pelo 11º Anuário Brasileiro da Segurança Pública apontam que o RS é o segundo Estado com o maior número de chacinas em 2016, com 26 casos em que foram registradas três ou mais vítimas. “E agora com uma modalidade nova, execução de crianças. Semana passada tivemos uma crianças de 6 anos executada em Erechim e outra de 11 em Gravataí. Estamos na barbárie e o governador com três anos de casa só chorando que não tem dinheiro”, afirmou Ortiz.
Ortiz destaca que o chamamento que está sendo feito para a categoria é para que os policiais vão ao trabalho, mas permaneçam dentro das delegacias, sem sair para operações na rua, fazendo o atendimento apenas do essencial e esclarecendo a população sobre o movimento pelo menos até a integralização do salário. Ele destaca que, na assembleia de sexta, também foi decidido que novas paralisações ocorram sempre que o governo estiver com o salário em atraso.