O Sindicato dos Policiais Civis (Urgeirm) definiu ontem, quinta-feira, 27, a paralisação da categoria por quatro dias a partir da meia-noite da próxima segunda-feira. A decisão foi tomada em assembleia, realizada nessa quinta em Porto Alegre, e confirmada nesta sexta pelo vice-presidente da entidade, o escrivão Fábio Castro. O ato ocorrerá em função do parcelamento de salários anunciado pelo governador do Estado, José Ivo Sartori.
Em entrevista, Castro comentou que a paralisação deverá contar com várias atividades. Uma delas foi classificada como um ato simbólico e ocorrerá em São Borja, no cemitério onde João Goulart está enterrado. “Vamos discutir a Lei de Responsabilidade Fiscal no auditório Dante Barone e no dia 4 vamos a São Borja e convocar os parlamentares da cidade para um ato no cemitério onde Jango foi sepultado. Essa manifestação é um apelo pelo resgate dos valores trabalhistas”, explicou.
Castro detalhou ainda a orientação dada aos policiais civis e aos colegas da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) e da Brigada Militar (BM) sobre o boicote à operação Verão. “O que nós estamos repassando é para que os servidores não se inscrevam na operação. Tradicionalmente, os policiais não recebem a diária em dia e todos acabam arcando com dinheiro do próprio bolso para trabalhar no litoral. A orientação é para que o servidores só saiam para o seu local de trabalho com a diária paga de forma antecipada”, explicou.
O vice-presidente da Urgeirm afirmou que uma ação judicial não está descartada caso o governo decida convocar os servidores. “A gente realmente não sabe o que vai acontecer, mas caso esta convocação seja feita com o não pagamento da diária, nós vamos entrar com medida judicial para impedir a saída dos policiais. Este governo tem uma nova forma de governar e há uma falta de consideração com o aumento da criminalidade”, acrescentou.
Correio do Povo