Uma parceria entre o DetranRS e o Instituto-Geral de Perícias (IGP) permitiu ao Rio Grande do Sul chegar a um diagnóstico sobre a influência do álcool em acidentes de trânsito. O cruzamento das informações das vítimas com as perícias realizadas pelo IGP em 2018 detectou que 38,3% dos mortos no trânsito do Estado tinham álcool no sangue. Para os condutores que morreram nas madrugadas de domingo, esse percentual chega a 94,7%. A amostra totalizou 1.047 vítimas, ou 62,7% do total de mortos no período. O acompanhamento passará a ser permanente.
Entre os motoristas mortos em acidentes de trânsito no ano passado, 41,3% tinha algum grau de álcool no sangue. Mas o dado mais surpreendente é a presença de álcool em 45,9% dos pedestres vítimas de acidentes de trânsito em 2018. Também chama a atenção o percentual de ciclistas mortos com álcool no sangue (42,1%), maior que entre os motociclistas (34,4%). Mais da metade dos ciclistas e pedestres que tiveram resultado positivo para álcool morreram em rodovias.
Dia e hora
Os resultados da pesquisa mostraram que os testes positivos para alcoolemia em vítimas de trânsito são maiores durante a madrugada (64,6%) e no turno da noite (48,6%). O álcool também está mais presente nas vítimas que morrem aos domingos (59,7%) e aos sábados (46,7%).
Gênero e faixa etária
De um total de 855 homens que morreram no trânsito em 2018 e que foram testados para alcoolemia, 359 apresentaram resultado positivo (42%). Entre as 192 mulheres mortas em acidentes que foram testadas, 42 tinham bebido (21,9%).
Analisando-se as faixas etárias, os mais jovens e os mais velhos representam os menores percentuais entre as pessoas testadas. Das vítimas com até 24 anos, 36,6% estavam alcoolizados no momento do acidente. Acima de 55, esse percentual foi de 26,9%. Mas entre os mortos das demais faixas etárias, foi encontrada presença de álcool em mais de 40% dos casos: 42,7% de 25 a 34 anos, 44% de 35 a 44, e 47,9% entre 45 a 54 anos.
O resultado da pesquisa confirma estudos científicos internacionais e protocolos de segurança nos quais o Governo do Estado se baseou para desenvolver políticas públicas como a Balada Segura e a Viagem Segura, mostrando o acerto na escolha do fator de risco prioritário. “Agora, analisaremos os dados por região, dias e horários onde se concentram os acidentes envolvendo álcool para melhor direcionarmos nossos esforços”, afirma o diretor-geral do DetranRS, Enio Bacci.
A partir do próximo ano, a Autarquia vai visitar as regiões do RS Seguro com maiores índices de acidentalidade, e também as maiores cidades com maior número de mortes por 100 mil habitantes para propor soluções.O Departamento apresentará dados estatísticos da região, tanto de alcoolemia, como pontos críticos, enfim, um diagnóstico completo para que se possa pensar intervenções eficientes.
A Escola Pública de Trânsito também, a partir dos dados estatísticos, irá propor intervenções na área de educação para o trânsito. A ideia é que, com esses esforços de estatística, o DetranRS já leve algumas soluções em termos de educação e engenharia para melhorar a questão da acidentalidade nessas localidades.
*Ascom/Detran