Após três anos com êxito de 100% na aprovação de projetos na Assembleia, considerando recuos e alterações para evitar derrotas, o governador Eduardo Leite (PSDB) enfrentará em seu quarto e último ano de mandato um ambiente bem menos otimista. Além das restrições impostas durante o período de apresentação da adesão do Rio Grande do Sul até a homologação do ingresso no Regime de Recuperação Fiscal, o Executivo terá de lidar com as limitações e vedações impostas pela legislação eleitoral.
Não bastassem as questões jurídicas e administrativas, as eleições gerais terão impacto não apenas no ritmo dos trabalhos legislativos, mas também irão contaminar o ambiente político na Assembleia e fora dela. A contaminação eleitoral é uma praxe, mas no ano que vem, em que se desenha uma das eleições presidenciais mais bélicas dos últimos tempos no país, os reflexos nas disputas e nas ações dos governos estaduais tendem a ser ainda maiores.
Consciente das dificuldades que virão pela frente, principalmente no território legislativo, o governo analisa a possibilidade de convocação extraordinária da Assembleia. Por ora, a iniciativa não está confirmada. O chefe da Casa Civil, Artur Lemos, está realizando uma série de consultas com as bancadas, não apenas dos partidos que integram a base aliada, mas também os da oposição. Caso a extraordinária realmente ocorra, um dos textos que deve ser incluído na pauta é o de modificações na carreira dos praças da Brigada Militar.
Para tanto, o Piratini terá, previamente, de contabilizar se conta com os votos necessários para aprovação. Uma das vantagens da convocação extraordinária é a de que todos os textos incluídos na lista para análise do plenário ficam liberados de qualquer trâmite legislativo e vão direto ao plenário, após a publicação.
*Correio do Povo