Compras realizadas via internet, aplicativos em dispositivos móveis que permitem que o consumidor “experimente” a roupa em casa, vitrinas interativas que mudam as ofertas conforme o perfil do cliente que para em frente à loja. As empresas vivem o desafio de entender profundamente quem é público alvo e qual a melhor maneira de impulsionar as vendas e se adequar ao mercado. O comércio tradicional – onde o cliente escolhe a loja física onde deseja entrar, conversa com o vendedor e realiza a compra –, está enfrentando rígidas mudanças e, portanto, exige que o proprietário busque se adequar ao que muitos chamam de “comércio do futuro”.
A atividade comercial não é mais a mesma e a tecnologia está, cada vez mais, sendo inserida nos mais diversos setores da economia e pode ser fator determinante na hora de conquistar o cliente. De acordo com o empresário frederiquense José Luis Haubert, o setor comercial do município tem que se adequar às inovações. “Hoje as empresas estão passando por uma mudança muito significativa, estive no exterior, junto com um grupo de empresários, e vimos que a situação das nossas empresas tem que ser modificada”, explica. Para ele, a situação econômica do país deve ser vista como um impulso para os negócios e não ao contrário. “Hoje muitos empresários estão colocando a culpa na economia que está parada, mas temos que ver se é só isso que está acontecendo. Sabemos que o processo de mudanças está influenciando todo o comércio, indústria e prestação de serviço”, declara.
Entre as mudanças relacionadas à tecnologia, o serviço e-commerce se insere no ambiente digital e proporciona maior interatividade entre vendedor e cliente, além de abrir um leque de novas possibilidades. Segundo o empresário de FW que há mais de seis anos investe na atividade, Ramir Severiano, o comércio on-line promove um alcance de clientes muito maior para a empresa. “Na loja física eu consigo trabalhar com, no máximo, 30 mil clientes, e na loja virtual esse número sobe para 100 milhões”, afirma.
Novo perfil de consumidor
Em todo o mundo, um novo modelo de cliente está exigindo essa adequação das empresas à tecnologia. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual de brasileiros com celular aumentou 131,4% em oito anos. Com seus smarthphones em mãos e plugados nas redes sociais, as pessoas ganham força para pesquisar características de produtos, comparar preços e dividir a experiência que tiveram com o item adquirido, com milhares de amigos e conhecidos virtuais. O desafio das empresas é, portanto, satisfazer esse comprador mais exigente e bem informado.
Tendências e desafios do mercado mundial
A fim de fomentar essa discussão e levar conhecimento a respeito da relação entre lojas físicas e lojas virtuais, novas tecnologias para o varejo e boas práticas de gestão, que a Associação Comercial e Industrial (ACI) e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Frederico Westphalen, em parceria com a URI/FW, Sebrae e Federasul, promovem a palestra “Tendências e desafios do mercado mundial”. O evento – que foi lançado na manhã do dia 12, por representantes das entidades –, acontece no dia 8 de junho, às 19h30min, no salão de atos da URI/FW.
Os diretores do Sebrae de Porto Alegre, Fábio Krieger Lopes Reis e Fabiano Bassani Zortea, ministram a palestra que traz à tona um conjunto de fatores que pode ser decisivo no rumo da atividade comercial da região.
Segundo o empresário José Luis Haubert esta palestra será importante para o comércio, pois essa adequação é urgente e necessária. “Nós vemos que uma transformação está acontecendo e a tecnologia oferece muitas coisas positivas e negativas e temos que nos adequar à isso. Entretanto, nossos empresários tem que estar conscientes de que esse período de mudança veio para ficar e quem não se adaptar irá enfrentar dificuldades”, declara.
De acordo com o presidente da CDL/FW, Juliano Razia, a palestra deve contribuir para o planejamento das próximas ações dos associados. “Será um evento que irá nortear as nossas decisões no futuro e nos ajudar a compreender e aplicar essas mudanças”, afirma Razia.
Os ingressos estão sendo comercializados na sede da ACI/FW, CDL/FW e URI/FW, no valor de R$ 10 para associados das entidades, R$ 5 para acadêmicos e R$ 15 para demais interessados.