As provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, mantidas pelo governo federal e pela Justiça mesmo com a pandemia agravada, começam a ser aplicadas no próximo domingo, 17. Milhares de brasileiros vivem a expectativa da prova e as insegurança que a pandemia do Coronavírus trouxe na última semana. As estudantes da Escola Estadual de Ensino Básico Sepé Tiaraju, Iasmim Maria Michelotti da Costa, Estéfani Costa da Silva e Lulane Taíssa Santos De Bortoli, enfrentaram as mudanças que as aulas remotas exigiram e precisaram intensificar a preparação para a prova, que aconteceria em outubro de 2020.
O esforço, a dedicação, a facilidade e o apresso aos estudos, são algumas das características que unem as três jovens frederiquenses, que estão com aulas remotas desde março de 2020. No entanto, estudar, escolher uma profissão e se preparar para uma prova a nível nacional como o Enem, trouxe a tona problemas que antes não eram sentidos, como a necessidade de organização, procrastinação e ansiedade.
“Absolutamente tudo mudou, mesmo acostumada com a tecnologia algumas coisas se tornaram muito complicadas, ter foco e organização para os estudos foi o mais difícil. É assustador tudo mudar de repente e observar uma pandemia que não seja pelas páginas de um livro de história. Ainda mais por estar no último ano do Ensino Médio beirando o ENEM e a catástrofe de ter que escolher uma profissão nesse tempo”, contou Estéfani de 18 anos, que pretende cursar Ciências Sociais na UFSM.
Para Lulane, as dificuldades foram além da necessidade de organização. Assim como a grande maioria dos estudantes brasileiros que sofreram com a falta de equipamentos tecnológicos necessários, a jovem precisou começar a trabalhar para que conseguisse adquirir um notebook e celular que desse o suporte ideal as aulas remotas, “Além dessas dificuldades de estrutura, precisei lidar com o cansaço que ficar em casa o dia todo causava, com a falta dos professores e colegas que auxiliavam nos estudos”, destacou.
Expectativa para o ENEM
Além das inúmeras incertezas e mudanças, Iasmin, Eséfani e Lulane enfrentaram outro desafio: não perder as esperanças quanto ao Enem e acreditar que mesmo com a Pandemia, ainda há possibilidades de ingressar em uma universidade. Iasmin que deseja cursar Biologia, destaca que entre os esforços ao longo dos últimos meses, esteve o de não perder o entusiasmo pela prova.
Caracterizada por ser uma prova extensa, difícil e que exige preparo físico e metal dos estudantes, esse ano eles vão contar também com os cuidados de higiene. Segundo o Ministério da Educação durante todo o tempo de realização da prova, os candidatos estarão obrigados a usar máscaras da forma correta, tapando o nariz e a boca, sob pena de serem eliminados do exame. As exceções são para comer e beber, quando o item de proteção poderá ser retirado momentaneamente.
“Querendo ou não a gente espera o pior, é uma prova extensa, cansativa, que exige muito. Costumamos ouvir que os melhores passam, mas não é sobre isso, é humanamente impossível, visando classe social, fazer o Enem com tranquilidade e esperar uma nota excelente. A desigualdade educacional não permite isso, então a gente faz o possível sabe? a preparação é estudar o tanto que a gente pode e consegue, para pelo menos ter uma chance”, afirmou Estéfani
Recomendações
Uma vez que o exame foi mantido, a recomendação da médica infectologista Marise da Silva Mattos é para que os cuidados sejam redobrados, especialmente durante a entrada nas escolas, momento em que costuma haver maior aglomeração de pessoas.
“Esse é o momento mais crítico, que leva toda uma ansiedade de estar lá dentro, antes do portão fechar. Não sei se vai ter alguma organização do lado de fora, mas é procurar não ficar esbarrando em outras pessoas, não empurrar. Tentar se manter afastado o máximo que puder e passar o seu álcool em gel na mão quando chegar lá dentro”, orienta.
A médica também recomenda um exercício bem fácil para calcular o distanciamento adequado de outras pessoas.
“Abra os seus dois braços, o máximo que você puder, olha para o lado e imagina um círculo. Você é o centro do círculo, e o seu braço vai ser o raio. Então, nesse círculo do seu braço até você ninguém se aproxima. E a mesma coisa o seu amigo. Não é pra encostar mão com mão, mas você consegue, assim, estabelecer uma distância segura de afastamento do amigo”, finaliza.
Estéfani encontrou na organização um caminho para a rotina de estudos