O Ministério Público (MP) de Três Passos requereu nesta segunda-feira ao Judiciário, o desarquivamento do inquérito policial instaurado para apurar as circunstâncias da morte de Odilaine Uglione, mãe do menino Bernardo Boldrini. Ela morreu no dia 10 de fevereiro de 2010, no Hospital de Caridade da cidade, em decorrência do disparo de arma de fogo efetuado no consultório médico do marido, Leandro Boldrini.
O MP optou por desarquivar o inquérito para confrontar as diligências oficiais com as perícias particulares juntadas aos autos realizadas a pedido da mãe da vítima. Na suposta nova versão do fato, é imputada à secretária do consultório a confecção da carta suicida e, inclusive, colocada uma terceira pessoa dentro da sala de atendimento em que ocorreu o fato, onde, em tese, estariam apenas Leandro Boldrini e Odilaine Uglione.
“Essa versão do fato não foi cogitada à época. Assim, com o intuito de se confrontar essa nova versão, amparada em documentos unilaterais confeccionados a pedido de parte interessada, impõe-se a realização de perícias e diligências oficiais, por órgãos que detenham atribuição legal para esse fim”, afirmou a promotora Silvia Inês Miron Jappe.
Junto com o pedido de desarquivamento, o MP requereu outras diligências para a polícia, entre elas: uma perícia grafodocumentoscópica na carta suicida, reprodução simulada dos fatos, oitiva de pessoas que estavam no consultório na data e horário do fato e que compareceram ao local depois disso e complementação de perícia já realizada.
O pedido será analisado pelo Judiciário e, caso deferido, os autos do inquérito policial serão baixados à Delegacia de Polícia para o prosseguimento das investigações e cumprimento das requisições do MP.
C.P.