‘Melhor banho da minha vida’, diz gaúcha que entrou no mar pela primeira vez, prestes a completar 100 anos

Uma gaúcha prestes a completar 100 anos superou o medo e realizou um antigo sonho: tomar um banho de mar. Foi na última quinta-feira (6), em Tramandaí, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Dona Walterlina Porto da Silva, que “só molhava a ponta do pé”, tomou coragem e relatou a experiência com orgulho:

“Foi o melhor banho da minha vida. Não chorei porque a água bateu no rosto e levou as lágrimas embora. Quando entrei, fiquei com medo. Antes, só molhava os pés. Mas, desta vez, fui indo, a água foi subindo. Aí, veio uma onda e me lavou inteira. Foi uma emoção enorme”, conta.

Nascida em 26 de fevereiro de 1925, a veranista é natural do município de Taquari, na Região Central do estado. Morou por cerca de quatro décadas em Brasília, e hoje reside em Porto Alegre. Em casa, não dispensa conferir de perto as atividades domésticas e faz academia duas vezes por semana.

Ao longo da vida, a dona de casa se dedicou aos trabalhos manuais e à culinária, especialmente doces.

A importância da acessibilidade

Dona Walterlina tem um sobrinho e uma sobrinha, que considera como filhos. A partir deles, ganhou dois netos e um bisneto. Foi incentivada pelos familiares e, com o serviço de banhos acessíveis nas cadeiras anfíbias, oferecido pelo SESC/RS, ela pôde entrar no mar.

 

“Os instrutores foram muito gentis e a água estava limpa e morna. Vou fazer 100 anos e estou feliz e realizada”, relata a idosa.

 

A iniciativa é gratuita e voltada a qualquer pessoa com dificuldade de mobilidade, como idosos e deficientes físicos. Os usuários são levados e acompanhados por um técnico, que garante a segurança e o acesso à água.

“É muita vitalidade, afinal de contas, ela tá quase completando 100 anos. Foi lindo. Melhorar a questão da acessibilidade para idosos e pessoas com baixa mobilidade é fundamental e é uma luta. Vejo quanto é difícil a acessibilidade nesses lugares em que as pessoas, às vezes, não podem nem chegar porque tem de caminhar todo o trajeto e ir à beira da praia. Muitas não têm condições de aproveitar e viver o verão e a vida como mereciam”, pontua a professora Luciana Fernandes, 48 anos, neta de Walterlina.

Além de Tramandaí, os banhos acessíveis também são disponibilizados em TorresQuintão (Palmares do Sul), Balneário PinhalLaranjal (Pelotas) e Barrinha (São Lourenço do Sul).

Fonte: g1 RS

Foto: Arquivo pessoal