O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (16) os dados revisados do PIB dos estados em 2020, apontando queda de 7,2% na economia do Rio Grande do Sul. O tombo é superior ao divulgado originalmente, em 2021, que indicou queda de 7,0% no PIB gaúcho para aquele ano, o primeiro da pandemia de covid-19. O desempenho da economia gaúcha foi pior que a média nacional, que registrou retração de 3,3% no período.
A avaliação do governo do Estado é de que o resultado foi impactado pela falta de chuva, que afetou especialmente a agropecuária e a atividade de eletricidade. Sem a estiagem, a estimava é de que o resultado teria sido equiparável a média nacional.
Com o resultado, o RS perdeu participação na economia nacional. Em 2019, era responsável por 6,5% do PIB do Brasil, passando a 6,2% em 2020. Com isso, a economia gaúcha foi ultrapassada pela do Paraná, responsável por 6,4% da atividade econômica do Brasil, no ranking nacional, que é liderado por São Paulo (31,2%), Rio de Janeiro (9,9%) e Minas Gerais (9,0%).
Na análise per capita, o PIB do RS apresentou queda de 7,6%, alcançando R$ 41.227,61. Contudo, o valor permanece 14,7% superior à média nacional, que atingiu R$ 35.935,74 no ano. O valor colocou o Estado na oitava posição entre os maiores PIB per capita do País, atrás de Distrito Federal, São Paulo, Mato Grosso, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Paraná.
As informações divulgadas nesta quarta fazem parte do Sistema de Contas Regionais 2020, que agrega novos dados das 27 unidades da federação, mais amplos e detalhados, do IBGE e de outras fontes. O trabalho é elaborado anualmente pelo IBGE em parceria com os órgãos estaduais de estatística, secretarias estaduais de governo e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). No Rio Grande do Sul, o trabalho é realizado em conjunto com o Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).
Queda por setor
A queda do PIB do Rio Grande do Sul em 2020 foi determinada pelas retrações da agropecuária (-29,6%), da indústria (-6,1%) e dos serviços (-5,0%). Na agropecuária, a atividade foi impactada pela estiagem. A agricultura registrou queda de 37,2% em 2020 e a pecuária uma redução de 11,4%.
Na indústria e serviços, os desempenhos negativos são explicados pelo governo em razão dos efeitos da pandemia sobre a economia. No primeiro, a performance foi afetada pelas reduções na indústria de transformação (-6,5%), na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (-5,6%) e na construção (-5,0%).
No caso dos serviços, as maiores quedas ocorreram nas atividades de alojamento e alimentação (-28,8%), serviços domésticos (-19,2%), transporte, armazenagem e correio (-15,6%) e artes, cultura, esporte e recreação e outras atividades de serviços (-12,5%).
Recuperação em 2021
Em 2021, os resultados preliminares divulgados pelo DEE/SPGG, em março, apontam recuperação das perdas, com crescimento de 10,4% do PIB, superior ao resultado nacional, que foi de 4,6%. Com isso, a economia gaúcha voltou a ter participação de 6,7% na atividade econômica nacional.
O resultado de 2021 foi puxado especialmente pela recuperação da agropecuária, que teve crescimento de 67,5%.
A indústria teve alta de 9,7% e o setor de serviços de 4,1%.
Os dados revisados do PIB de 2021 serão divulgados em 2023.