Deputados que integram a bancada estadual do PCdoB concederam entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (28) para apresentar o conteúdo de documentos relacionados à investigação da Operação Gol Contra, que apura um suposto desvio de recursos montado no gabinete do deputado Mario Jardel (PSD).
Conforme o deputado Juliano Roso, o relatório levanta indícios de que Jardel recebeu benefícios do governo Sartori para votar a favor de projetos de interesse do Piratini. O documento não foi apresentado à imprensa, sob o argumento de que está em segredo de Justiça.
Parlamentares do PCdoB e também do PT afirmaram que relatório do Ministério Público aponta que Jardel ganhou 10 cargos no governo para aprovar projetos, sendo que um deles seria “funcionário-fantasma”. O voto de Jardel, por exemplo, foi decisivo para a aprovação do aumento de ICMS – projeto considerado essencial para o governo.
Os deputados questionam essa votação e também a aprovação da mudança nas requisições de pequeno valor (RPVs). No entanto, afirmaram que precisam de provas mais robustas para pedir judicialmente a anulação das votações.
Na semana passada, o corregedor-geral da Assembleia, deputado Marlon Santos (PDT), recomendou em seu parecer na Comissão de Ética a cassação do mandato de Jardel, por conta das denúncias da Operação Gol Contra.
Nesta tarde, os deputados divulgaram um vídeo com depoimento de Valmir Martins, ex-assessor de Jardel. Ao ser ouvido pelo corregedor do Legislativo e pelo deputado Pedro Ruas (Psol), ele afirmou que teria trocado cargos pelo voto.
Jardel usou a tribuna da Assembleia para se manifestar.