O presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou, nesta segunda-feira, uma medida provisória que autoriza a contratação de funcionários, sem processo seletivo, para atuar no Censo Demográfico de 2022. Podem ser contratados servidores aposentados da União, de estados e municípios.
“As medidas se fizeram necessárias porque, em alguns entes federados, as baixas taxas de desemprego estão dificultando o recrutamento de pessoal que aceite contratos temporários”, diz nota da Secretaria-Geral da Presidência da República.
A medida ocorre após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informar que prorrogará a coleta em campo do Censo Demográfico até o início de dezembro. O trabalho de levantamento de informações, que teve início em 1º de agosto, estava previsto para ir até o fim de outubro.
No início deste mês, após 93 dias de trabalho de campo, o Censo 2022 contou 66% da população estimada, informou o IBGE. A cobertura da coleta de informações realizada até agora é considerada abaixo do esperado, segundo o diretor de Pesquisas do instituto, Cimar Azeredo. Com a lentidão, o trabalho vai se estender até meados de dezembro.
Azeredo informou que o principal motivo para o atraso no ritmo de coleta de informações é a falta de recenseadores — um problema que o IBGE relata desde o início do processo. Para visitar os domicílios do país, o órgão abriu 183 mil vagas de recenseador. No fim de outubro, havia 105,8 mil contratados, mas apenas 90,5 mil estavam efetivamente trabalhando.
O diretor do IBGE disse ainda que o mercado de trabalho aquecido em determinadas localidades, principalmente nas áreas de influência do agronegócio, atrai poucos interessados em atuar como recenseador. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo estão entre os estados com a coleta mais atrasada.