Não é de hoje que a cidade de Frederico Westphalen vem ganhando destaque nacional quando o assunto é a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). Os estudantes da região já trouxeram para Frederico inúmeras medalhas e menções honrosas como prêmios da prova, e justamente por isso o jornalista Leonardo Pessanha de Souza viajou de sua cidade, Rio de Janeiro, para Frederico a fim de descobrir, entender e escrever sobre o fenômeno de prêmios na cidade.
O jornalista, que trabalha há 5 anos como assessor de imprensa e comunicação da Obmep, contou que durante o ano todo produz conteúdo para os portais da Olimpíada a fim de divulgar para todo Brasil histórias de estudantes medalhistas na prova. Em 2014 e 2015 foi assim, belas histórias, de bons estudantes. No ano passado, quando a Obmep completou 10 anos, Leonardo contou a história de 20 adolescentes de lugares diferentes do Brasil que se destacaram durante esses 10 anos. O jornalista lembra que o representante do Rio Grande do Sul era um jovem menino de Porto Alegre de Escola Estadual que hoje é professor da UFRGS e doutorando em Matemática.
Durante uma reunião de planejamento das atividades deste ano da Obmep, o assessor teve o insight de sugerir aos dirigentes a não contar trajetórias pessoais e sim histórias de cidades ou escolas com desempenho fora do normal. A proposta foi aceita.
Leu-se: Frederico Westphalen
Durante a apuração da pauta, Leonardo contou com a ajuda de duas listas de cidades e escolas com maiores desempenho e mais medalhas de ouro nas Olimpíadas. Depois de cruzar esses dados e fazer a média populacional de alguns lugares, ele chegou ao resultado de 12 cidades. “O que me chamou atenção quando li Frederico Westphalen na lista foram as três medalhas de ouro que a cidade ganhou tendo apenas 40 mil habitantes”. O jornalista conta que é comum escolas militares da capital gaúcha destacarem-se e que por vezes já ganharam mais medalhas do que alguns estados juntos.
Com o roteiro de viagens pronto, Leonardo começou a saga para contar 12 histórias de cidades diferentes do Brasil e o primeiro destino foi Frederico Westphalen.
Frederico Westphalen: para viver, prosperar e estudar!
Primeiro, Leonardo descobriu que o fenômeno que acontece na cidade surgiu a partir da iniciativa de alguns jovens, que com o apoio dos professores e da escola, participaram, ganharam e por fim mobilizaram outros tantos. “Em Frederico, a vontade dos estudantes de aprender e ir além é muito grande. É um empreendedorismo educacional exemplar”.
O jornalista conta que adorou a cidade. “Se minha esposa tivesse vindo junto, não ia querer mais voltar”, disse. “Senti em Frederico uma vibração muito boa. Pessoas interessantes em um lugar acolhedor”, completa. Ele disse ainda que o município tem cultura de cidade pequena, mas com pessoas com grandes pensamentos.
Missão cumprida!
O novo site da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Púbicas será lançado com a matéria do pessoal de Frederico, no dia 22 de fevereiro. Leonardo como jornalista, utiliza a Obmep, uma iniciativa de inclusão social, para motivar jovens a estudar “para que ganhem novos ídolos não só no futebol, mas no futebol”. Como formador de opinião e com as ferramentas de se trabalho, ele tem o objetivo de inspirar escolas e cidades a partir do exemplo de quem já deu certo. “Se eu conseguir transformar a realidade de alguns jovens, minha missão está cumprida”, finaliza Leonardo.
Premiada na Obmep, acadêmica de Medicina na Federal
A frederiquense Débora Nedel, 20 anos, foi medalhista de ouro e bronze na Obmep, Recebeu o prêmio no Rio de Janeiro pelas mãos do então presidente Lula. Débora conta que sempre foi incentivada pela irmã mais velha a estudar e buscar novas questões de matemática.A jovem adquiriu experiência e desenvolveu técnicas de estudo, assim, ingressou no curso de Medicina da UFSM aos 16 anos. “A Obmep foi o início da prova de que com esforço a gente consegue o que quer”, disse Débora. A verdade é que iniciativas como essa transformam sim a realidade de jovens que as vezes, não estão nos grandes centros de oportunidade.
Rafael Franceschet/Folha do Noroeste