É #FAKE vídeo que reúne gravações para levantar suspeitas sobre a credibilidade das pesquisas eleitorais

Está circulando um vídeo enganoso que reúne duas gravações para levantar suspeitas sobre a credibilidade das pesquisas eleitorais. Tome cuidado, essa notícia é falsa! 

A produção exibe imagens, e um homem, que realiza a narração do vídeo, faz comentários que sugerem manipulação de dados e de entrevistas para favorecer candidatos do PT em detrimento de Bolsonaro. O autor do vídeo faz inferências sobre o método utilizado pelos institutos oficiais de pesquisa, e questiona o tamanho das amostras da população nos levantamentos realizados.

As pesquisas são feitas com uma amostra cientificamente calculada da população, a fim de representar o grupo como um todo. Para montar essa amostra, diferentemente do apontado pelo autor do vídeo, é considerada uma série de critérios para aproximar o grupo de entrevistados da composição real da população, tais como raça, gênero, escolaridade e ocupação.

As pesquisas eleitorais são ferramentas de opinião pública utilizadas por institutos ou entidades para verificar a preferência do eleitorado nos meses que antecedem um pleito. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os estudos utilizam métodos científicos para “apurar a realidade do momento junto a segmentos representativos do eleitorado”.

Isso significa que, na semana em que a pesquisa foi realizada, por exemplo, pode ser que as pessoas estivessem mais propensas a votar em um determinado candidato. Na semana seguinte, a intenção de voto pode ter mudado dependendo da campanha eleitoral, debates, notícias, postagens em redes sociais, entre outros fatores, 

Por isso, as consultas ao eleitorado registram um recorte do momento em que as entrevistas foram feitas. É o que justifica o fato de Fernando Haddad ter aparecido em primeiro lugar em algumas pesquisas de 2018, e não que houve má condução das entrevistas como insinuado pelo autor do vídeo. Na época, os últimos levantamentos feitos antes do segundo turno, porém, apontavam a vitória de Jair Bolsonaro.

Além disso, segundo a legislação brasileira, todas as pesquisas eleitorais devem ser registradas na Justiça Eleitoral, com detalhes sobre o método científico empregado, o plano de amostragem, os dados do profissional responsável, questionário completo a ser aplicado, entre outros. Isso está presente no artigo 33 da Lei 9.504/1997, e essas informações estão disponíveis para consulta no site do TSE.

*Com informações do Projeto Comprova