Circulam pelas redes sociais publicações que sugerem que os casos de varíola dos macacos seriam manifestações de herpes-zóster, supostamente em reação aos imunizantes contra a covid-19. Tome cuidado, essa notícia é falsa!
As publicações se referem aos novos casos da doença que começaram a ser detectados em diversos países a partir de maio de 2022. O número de casos confirmados da varíola dos macacos já está em 2.458 pessoas no Brasil, segundo números atualizados, na última sexta-feira, dia 12 de agosto, pelo Ministério da Saúde. Ao final do mês de julho, a primeira morte em território brasileiro, causada pela varíola dos macacos, foi confirmada. A vítima foi um paciente que estava em tratamento oncológico e era imunossuprimido.
A varíola dos macacos não é uma doença nova. Ela foi descoberta em colônias de macacos em 1958, mais de 60 anos antes do desenvolvimento dos imunizantes contra a covid-19. O primeiro caso em humanos foi registrado em 1970 na República Democrática do Congo.
Considerada “uma doença rara”, pela instituição, seus sintomas incluem febre, dor de cabeça, inflamação dos gânglios linfáticos, dores musculares e falta de energia. Depois, aparecem erupções – no rosto, palmas das mãos e solas dos pés –, lesões, pústulas e finalmente crostas.
Efetivamente, há relatos de pacientes que apresentaram manifestações de herpes-zóster após serem imunizados com uma vacina de mRNA contra a covid-19. No entanto, até o momento, não há estudos conclusivos que permitam estabelecer uma relação definitiva entre os dois.
Mas, ao contrário do que as publicações nas redes sociais sugerem, não há relação entre a varíola dos macacos e a herpes-zóster. Embora alguns sintomas possam ser semelhantes, as duas doenças não são causadas pelo mesmo vírus.
Enquanto a herpes-zóster é causada pelo vírus varicela zoster (VVC), um dos nove vírus de herpes conhecidos e o mesmo que transmite a catapora, a varíola dos macacos é provocada pelo vírus monkeypox. Este último é classificado como uma zoonose (enfermidades que podem ser transmitidas entre animais e seres humanos), e é da mesma família da varíola humana. Os vírus pertencem a grupos distintos, portanto, impossíveis de serem confundidos do ponto de vista morfológico.
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