Circula a informação de que Bolsonaro não teve recursos de fundo partidário para a campanha de 2018. Tome cuidado, essa notícia é falsa!
Essa é uma das alegações do Presidente da República durante entrevista ao Flow Podcast, no dia 08 de agosto. Ao ser questionado sobre como chegou ao cargo de presidente, Bolsonaro engana ao dizer que não teve recursos de fundo partidário para a campanha de 2018. Partido pelo qual o presidente concorreu na última eleição, o PSL recebeu R$ 9.203.060,51 de Fundo Especial de Financiamento de Campanha, de acordo com dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Cerca de R$ 480 mil desse montante foram utilizados para executar a estratégia de atuação do PSL nas redes sociais, o que beneficiou Bolsonaro indiretamente.
Além disso, foram empregados na campanha presidencial de Bolsonaro, indiretamente, cerca de R$ 1 milhão do fundo partidário concedido ao PSL em 2018. Segundo reportagem do jornal O Globo, o então presidente da legenda, Gustavo Bebianno, contratou, por exemplo, a empresa J&J Marketing por R$ 500 mil para atuar como consultora na coordenação de campanha do então pré-candidato.
Já a AM4 Brasil foi contratada pelo PSL com dinheiro do fundo partidário por R$ 480 mil para executar a estratégia de atuação do partido nas redes sociais. A assessoria de Bolsonaro disse ao Globo que ele não teve conhecimento dos usos de recursos públicos na contratação dessas empresas.
Em fevereiro, o TSE aprovou a fusão do PSL com o DEM, dando origem ao União Brasil. Bolsonaro é filiado atualmente ao PL, que neste ano tem direito a R$ 288.519.066,50 (5,82%) da divisão do Fundo Eleitoral.
Também é falso que o presidente não teve direito a tempo de televisão na campanha. Ainda que no primeiro turno tenha tido direito a apenas oito segundos de tempo de propaganda, no segundo, Bolsonaro teve os mesmos dez minutos de seu adversário, Fernando Haddad (PT), conforme determina a Lei Eleitoral. Com variações sobre as frases, o presidente repetiu essa alegação ao menos 12 vezes desde o início do seu mandato.