Circula pelas redes sociais um vídeo que afirma que a arma usada no ataque contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, era uma pistola de água. Tome cuidado, essa notícia é falsa!
Na noite da última quinta-feira, dia 1 de setembro, Cristina Kirchner, vice-presidente da Argentina, foi vítima de um ataque a tiro. O atirador, um brasileiro de 35 anos, apontou uma pistola para o rosto de Kirchner, mas a arma não disparou. O atentado aconteceu quando Cristina acenava para apoiadores na frente de sua casa, no bairro da Recoleta, em Buenos Aires.
O brasileiro Fernando Sabag Montiel vive desde os anos 90 na Argentina, e tentou atirar na vice-presidente com uma pistola semiautomática Bersa Thunder 380, de fabricação argentina. De acordo com o presidente argentino, Alberto Fernández, a arma estava carregada com cinco munições. Ainda não se sabe o motivo pelo qual a pistola não disparou.
O boato de que a arma seria uma pistola de água circula no WhatsApp. No vídeo, um homem afirma que analisou a filmagem do ataque contra Kirchner e percebeu que um líquido sai da arma usada pelo brasileiro; depois disso, a vice-presidente teria limpado o rosto para se enxugar. Mas o autor do vídeo se aproveita da baixa resolução da filmagem do atentado para fazer essas falsas suposições. Em nenhuma das imagens do ataque é possível ver o tal líquido, e o momento do atentado contra Kirchner foi filmado de diferentes ângulos.
O jornal argentino La Nación publicou uma foto da arma usada pelo brasileiro; ela foi apreendida a poucos metros do local onde ocorreu o atentado. Segundo informou a polícia ao jornal, a arma é real e estava apta ao uso. A pistola estava carregada, mas a câmara de disparo estava vazia. A numeração da arma foi parcialmente apagada.
Segundo a polícia, o agressor apertou o gatilho duas vezes, mas a arma não disparou. A pistola em questão tem vários mecanismos de segurança para impedir um disparo acidental; os policiais especulam que esse seja o motivo pelo qual não houve o disparo. Na sexta-feira, dia 2, foram apreendidas ao menos 100 balas calibre 9 milímetros e um notebook na casa do brasileiro. Ele se negou a falar em depoimento neste sábado, dia 3.