É #FAKE que agentes da Polícia Federal em Brasília identificaram fraude nas eleições deste ano

Circula pelas redes sociais a informação de que agentes da Polícia Federal (PF) em Brasília identificaram fraude nas eleições deste ano envolvendo lote de urnas não zeradas. Tome cuidado, essa notícia é falsa!

Em um vídeo publicado na rede social Kwai, um homem, que se identifica como eleitor de Jair Bolsonaro (PL), afirma que agentes da Polícia Federal (PF) em Brasília teriam identificado fraude nas eleições deste ano. Segundo o eleitor, os policiais teriam encontrado urnas não zeradas, ou seja, que já conteriam votos computados antes mesmo da votação.

No entanto, essa notícia é falsa! O boato se baseia em uma denúncia de 2018 que foi protocolada por dois policiais militares, Ivomar Vieira Padre e Hércules Alves Viana, com base em relato de um suposto representante do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que os teria procurado. A denúncia da dupla foi arquivada após investigação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

O suposto representante do TSE, um agente de transmissão, cidadão convocado para o dia da eleição para enviar os dados de votação ao fim do dia, chamou de fraude uma atualização do sistema das urnas, o que levou a uma confusão, por parte dele, em relação aos dados que constavam na zerésima e no boletim de urna. Como informou o MPDFT, as autoridades locais estavam informadas dessa atualização. O Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) atribuiu essa desinformação ao “desconhecimento técnico” do agente de transmissão. A PF, que colheu depoimento do agente de transmissão, também concluiu não haver comprovação de fraude.

A denúncia infundada levou Padre e Viana a serem alvo de inquérito por perturbação dos trabalhos eleitorais; eles firmaram acordo com a Justiça em 2019 para encerrar o caso. Essa peça de desinformação, já havia sido reciclada e desmentida nas últimas eleições municipais, em 2020.

O primeiro turno das eleições deste ano está marcado para o próximo domingo, dia 02 de outubro. Ao dar credibilidade a esse assunto, essas publicações desinformativas reforçam a ideia de insegurança nas urnas, processo que é fiscalizado pela Justiça Eleitoral e também conta com apoio das polícias Federal, Civil e Militar.