O senador Marcos do Val (Podemos-ES), pivô de uma acusação de plano golpista supostamente tramado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), disse que suas versões contraditórias sobre o caso tinham “um objetivo que foi alcançado”.
A rede CNN teve acesso a uma mensagem enviada por Marcos do Val em que o senador alega que apresentará um laudo médico “para ninguém achar que eu estou doido”.
Na mensagem, Do Val se recusa a falar qual seria esse “objetivo” que teria sido alcançado e se limita a dizer que faz parte de “uma técnica que a gente usa na área de inteligência”.
“Então, também vou apresentar o laudo médico para ninguém achar que eu estou doido. Que todo aquele movimento meu de informações desencontradas foram propositais (sic) porque eu tinha um objetivo que foi alcançado. Mas isso, num certo momento, eu conto o porquê eu usei uma técnica que a gente usa na área de inteligência”, afirmou o senador.
O senador encaminhou também um laudo médico atestando estar apto para o exercício do cargo.
“Atesto para os devidos fins que o senador Marcos Ribeiro do Val foi avaliado por mim em 07/02/2023 e que encontra-se apto, do ponto de vista de sua saúde, para o exercício do cargo”, afirmou o médico psiquiatra Bruno Andrade Jess, que assina o documento.
De acordo com a matéria, Marcos do Val também tem enviado mensagens a senadores com esse argumento de que as suas diferentes versões sobre a reunião com Bolsonaro e Silveira fazem parte de um objetivo planejado.
Pessoas próximas ao senador afirmam que ele estava sob efeito de medicação quando enviou as mensagens sobre as investigações de Alexandre de Moraes.
Do Val entrou no centro da polêmica após afirmar que teria participado de uma reunião com o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) e com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no ano passado.
Nesse encontro, Silveira teria apresentado uma proposta a Do Val: a de gravar uma conversa com o ministro Alexandre de Moraes para tentar conseguir alguma declaração comprometedora que pudesse impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Após tornar essa história pública, na quinta-feira (2) da semana passada, Do Val apresentou diversas versões da história. A primeira, publicada pela revista Veja, indicava que Bolsonaro também teria feito a proposta de gravar Moraes.
Depois, em diversas entrevistas coletivas, do Val recuou. Disse que o ex-presidente apenas ouviu a sugestão de Silveira e não se manifestou sobre o caso.
Além disso, o senador também se confundiu sobre onde a reunião teria acontecido. Ofereceu diversas versões, desde que teria ocorrido no Palácio da Alvorada, na Granja do Torto e no Palácio do Jaburu.
Confira laudo médico apresentado: