A cena protagonizada por deputados da Oposição, que exibiram na Cãmara, nesta terça-feira (22), uma bandeira em apoio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que taxou os produtos brasileiros em 50%, gerou uma enorme repercussão negativa nas redes sociais. Além de estampar o nome de Trump, a faixa tinha também o slogan do governo norte-americano “Make America great again” (Faça a América grande novamente).
De acordo com levantamento do analista de redes Pedro Barciela, o assunto foi amplamente dominado por postagens críticas aos parlamentares. Segundo o monitoramento realizado por Barciela, 77% das publicações foram críticas, enquanto apenas 18% defenderam o ato da Oposição na Câmara dos Deputados. 5% ficaram divididos sobre o assunto.
O levantamento aponta que 28% das publicações sobre o episódio afirmam que a manifestação representa uma traição à pátria, sendo classificado como “crime de lesa-pátria”, “vergonha nacional” e “ato antidemocrático”. Outros 24% apontam que o gesto evidencia uma submissão ideológica e simbólica a Donald Trump, sugerindo que o bolsonarismo adotou um “patriotismo invertido”.
Há, ainda, 17%, que citam termos como “desconectados do povo”, “vendilhões da pátria” ou “representantes da ignorância eleitoral”. Termos como “patriotários”, “capachos dos EUA”, “Mama Americanos Again” (13%) também aparecem.
Em menor número (18%), os que defenderam o ato dos deputados da Oposição nas redes sociais tentaram relativizar o episódio com críticas ao governo Lula (PT) e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Deputados que exibiram bandeira em apoio a Donald Trump
O gesto aconteceu depois da decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), de proibir a realização de reuniões de comissões que tinham o objetivo de apoiar Jair Bolsonaro contra o Supremo Tribunal Federal.
A decisão de Motta, que suspendeu as sessões deliberativas que seriam comandadas por parlamentares do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi tomada momentos antes da realização de um das sessões, que tinha na pauta moções de apoio político ao ex-presidente. Jair Bolsonaro deveria comparecer à sessão, mas desisitiu.