Os recordes de casos de contaminação por coronavírus e o colapso do sistema de saúde em março deixaram uma triste marca na história do Rio Grande do Sul. Dados de cartórios de registro civil indicam que 14.646 pessoas morreram no estado em março, recorde absoluto da série histórica registrada desde 2003. O total ainda deve aumentar, pois os dados se referem até o dia 21 de março — há cerca de 10 dias de prazo legal para os cartórios disponibilizarem os dados. Dentre os 14.646 óbitos, 6.853 foram causados pela covid-19.
A dimensão da tragédia em março fica mais visível se comparada com o mês anterior. Até então, fevereiro de 2021 havia sido o mês mais mortal da série histórica no RS, com 8.234 óbitos registrados pelos cartórios no período. O expressivo aumento, portanto, foi de 77,8%. Considerando apenas as vítimas da covid-19, dezembro de 2020 era até então o mês mais mortal da pandemia, com 2.091 óbitos – três vezes menos do que o registrado em março.
Em Porto Alegre a situação é semelhante. O mês de fevereiro de 2021 havia sido o mais mortal da série histórica na Capital, com um total de 2.963 óbitos registrados pelos cartórios. Em março, o número de mortes mais do que dobrou e chegou a 8.234 – segundo registros até o dia 21 de março.
Brasil
No plano nacional não foi diferente. Em março, o Brasil superou a marca de 140 mil mortes num único mês, de acordo com dados registrados até o último dia 28. Com isso, março de 2021 já representa o recorde de óbitos no País – até então, julho de 2020 havia sido o mês mais mortal do Brasil, com 139 mil mortes. Os dados nacionais dos cartórios são computados desde 2016.
Do total de 140 mil óbitos em março, 47.404 foram causados pela covid-19, o que representa 33,6% de todas as mortes no Brasil — também o maior percentual já registrado. O recorde anterior era janeiro de 2021, mês em que 23,7% das mortes foram causadas pela covid-19.
*Sul 21