Um levantamento do pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), revela que o preço da cesta básica voltou a subir no mês de outubro. Em um ano, o preço chegou a subir mais de 30% no Brasil. Em 16 das 17 capitais pesquisadas, o valor chegou a passar de R$ 700.
A cesta mais cara foi a de Florianópolis (R$ 700,69), seguida pelas de São Paulo (R$ 693,79), Porto Alegre (R$ 691,08) e Rio de Janeiro (R$ 673,85).
Até setembro, o preço ainda não tinha chegado a R$ 700 em nenhuma capital do país. A mais cara era a de São Paulo: 673,45.
COMPROMETIMENTO DE SALÁRIO
Para as famílias de baixa renda, o preço da cesta básica de alimentos chega a comprometer, na média entre as 17 capitais, 58,35% do salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%). Em algumas capitais, já equivale mais de 60% do salário mínimo.
Segundo o departamento, o salário mínimo necessário para viver no Brasil deveria ser equivalente a R$ 5.886,50, o que corresponde a 5,35 vezes o salário mínimo vigente (R$ 1.100). O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças.
Entre os itens que mais subiram na passagem de setembro para outubro, o Dieese apontou a batata, o tomate, o pó de café, o óleo de soja e o açúcar.
Os itens básicos pesquisados foram definidos pelo Decreto Lei nº 399, de 30 de abril de 1938, que regulamentou o salário mínimo no Brasil e está vigente até os dias atuais. O Decreto determinou que a cesta de alimentos fosse composta por 13 produtos alimentícios em quantidades suficientes para garantir, durante um mês, o sustento e bem-estar de um trabalhador em idade adulta. Os bens e quantidades estipuladas foram diferenciados por região, de acordo com os hábitos alimentares locais.