A inflação alta ainda é um desafio para o orçamento de muitas famílias brasileiras. Mas segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), alguns dos principais itens da Ceia de Natal e da lista de presentes do brasileiro apresentaram menor variação no acumulado dos últimos 12 meses, de 5,39% (IPC-DI/FGV de dez/20 a nov/21), se comparado com o ano passado (dez/19 a nov/20), quando a Inflação do Natal ficou em 13,51%. No entanto subiu mais em relação a 2019 (3,81%), 2018 (3,37%) e 2017 (-2,30%).
O que mais puxou a inflação foi o aumento dos alimentos, com variação média de 7,93% (IPC-DI/FGV de dez/20 a nov/21), apesar de bem menor que no mesmo período do ano anterior (28,61%). Nos últimos 12 meses o frango inteiro, por exemplo, disparou 24,28% e está no topo da lista dos itens que mais pressionam o bolso, seguido de ovos (17,79%), azeitona (15,13%), carnes bovinas (14,72%) e farinha de trigo (13,70%).
Por outro lado, o preço do arroz registrou queda (-8,27%), assim como o do pernil suíno (-1,27%). Leite longa vida (0,81%), cebola (1,87%) e frutas (2,84%) subiram menos. “Os reflexos dos problemas nos custos de produção que sofremos desde o ano passado, com secas, geadas, alta nos preços dos combustíveis e energia elétrica ainda se fazem sentir, sobretudo nas proteínas. O câmbio alto, favorecendo a exportação das carnes, também contribuiu para manter os preços das proteínas em alta. No entanto, é bom ver que o retorno gradual das chuvas já tem normalizado a dinâmica de diversos preços de alimentos como arroz, frutas, hortaliças e legumes”, avaliou Matheus Peçanha, economista do FGV IBRE e responsável pelo levantamento.