A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou nesta segunda-feira (31) que, até esta manhã, 49,4 mil crianças de 5 a 11 anos há haviam recebido a primeira dose infantil da vacina contra a covid-19. De acordo com vacinômetro da SES, a população do Rio Grande do Sul nessa faixa etária é de 964.273, o que significa que apenas 5% dela já recebeu a primeira dose.
Por outro lado, a SES também informou que 23 mil crianças, entre zero e 14 anos, testaram positivo para a covid-19 no mês de janeiro. O número é quase igual ao de crianças nessa mesma faixa etária que testaram positivo para a doença em todo o ano de 2020, 25 mil, e pouco mais de um terço do total de 2021, quando 62,8 mil crianças de 0 a 14 anos tiveram casos registrados.
Entre adolescentes, de 12 a 17 anos, o vacinômetro do governo do Estado informa que 85% receberam a primeira dose e 49,6% já receberam a segunda dose.
VARIANTE ÔMICRON
A SES aponta que o aumento dos casos entre crianças é resultado do avanço da variante ômicron, que já representa 95% de todos os casos de covid-19 no Rio Grande do Sul. Diante do cenário, o governo do Estado reforçou a mensagem de que é importante que todas as crianças acima de 5 anos sejam vacinadas.
Especialista em saúde da Política de Saúde da Criança da SES, Jeanice Cardoso alerta ainda que o número real de casos entre crianças deve ser muito superior, uma vez que, na maioria das vezes, as crianças apresentam quadros leves ou assintomáticos.
“Apenas de 2% a 3% das crianças complicam, mas em uma grande população esse índice é preocupante, principalmente sendo prevenível por meio da vacina. Não sabemos que sequelas a doença pode deixar nas crianças, que ainda estão com o corpo em formação. Por outro lado, as vacinas já têm segurança e eficácia comprovadas pela comunidade científica”, diz.
POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES
Jeanice destaca ainda que, mesmo sendo assintomáticas, as crianças tornam vetores da doença para pessoas mais velhas ou mais vulneráveis a complicações. “Ressaltamos o papel social da imunização, tanto para adultos quanto para crianças. A ação das vacinas é, principalmente, coletiva e menos individual”, afirma.