Os recursos do presente edital serão destinados a apoiar despesas necessárias para a execução do projeto com despesas de custeio e de capital. Os projetos de pesquisa terão o prazo máximo de 24 meses para sua execução. O orçamento do projeto que será executado dentro das instâncias do Departamento de Administração, do PPGAGR e do campus da UFSM em Palmeira das Missões a partir de 2025 é de R$295.800,00 e prevê aquisição de equipamentos para realização das análises e pesquisas previstas, bolsas de pesquisa para estudantes a nível de pós-graduação, contratação de serviços de terceiros como pagamento de taxas de submissão e tradução de trabalhos, bem como diárias e passagens para participação em eventos e visita as localidades nacionais e internacionais que passaram por crises anteriores.
Campus da UFSM em Palmeira das Missões tem projeto aprovado no Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Voltado a Desastres Climáticos da FAPERGS
O professor do Departamento de Administração e do Programa de Pós-Graduação em Agronegócios da UFSM/PM, Nelson Guilherme Machado Pinto, foi contemplado pelo Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Voltado a Desastres Climáticos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (FAPERGS), com resultado final divulgado no último dia 13/12. A capacidade de contribuição da academia para o entendimento das causas, riscos e impactos dos eventos climáticos, motivou a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) a lançar, em outubro de 2024, o edital Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Voltado a Desastres Climáticos, com investimento inicial de R$ 30 milhões.
Inicialmente, das 247 propostas enviadas, 50 foram selecionadas, sendo uma delas liderada pelo professor Nelson, que tem o título de “O que nos fez chegar aos desastres climáticos do Rio Grande do Sul? Análise da governança ambiental do estado por meio das regiões de desenvolvimento sob a perspectiva de experiências internacionais”. O projeto tem como objetivo analisar pela ótica da governança ambiental dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (COREDES) do Rio Grande do Sul quais estratégias foram realizadas para evitar os desastres climáticos do Rio Grande do Sul e quais medidas estão sendo tomadas a partir da ocorrência desses eventos realizando uma base comparativa com desastres climáticos internacionais e nacionais anteriores como o furacão Katrina de Nova Orleans nos Estados Unidos, o Tsunami no Japão e o rompimento de barragens em Mariana e Brumadinho no Estado de Minas Gerais.
Na perspectiva do professor Nelson, coordenador do projeto, “Pesquisas como essa reforçam a importância da academia em contribuir nos momentos de maior crise da sociedade, quatro anos atrás a nível global foi assim com a pandemia da Covid-19, agora a nível regional estamos todos juntos pela reconstrução do nosso Rio Grande”. Ainda de acordo com o coordenador, “Devemos aprender com as experiências trágicas acontecidas em outras realidades, apesar de diferentes em diversas perspectivas, a reconstrução passa pelo mesmo caminho que é a valorização da vida humana, por isso vamos por meio de uma análise inicial dos 28 COREDEs gaúchos prospectar e visitar, se for possível, parceiros e atores chaves em Nova Orleans (EUA), Tóquio (Japão), Mariana e Brumadinho (MG), além disso, vamos tentar viabilizar orçamento para visitar e fechar parcerias com Valência na Espanha, que seis meses depois passou por uma realidade semelhante a do Rio Grande do Sul.”
A equipe de execução do projeto conta com 19 professores e alunos vinculados aos cursos de graduação em Administração, Ciências Econômicas e Zootecnia e ao Programa de Pós-Graduação em Agronegócios da UFSM. Dentre estes estudantes está Thiago Machado Budó, acadêmico do Curso de Administração e bolsista PIBIC/CNPq, que relata “Como estudante de graduação, participar de um projeto desse porte é uma oportunidade única de aliar teoria e prática em um tema de extrema relevância, principalmente diante dos eventos recentes que ocorreram aqui no Rio Grande do Sul. Esse projeto não só amplia nosso entendimento sobre os impactos das mudanças climáticas, mas também nos envolve em ações concretas para mitigá-los e enfrentá-los. Para mim, é um marco na minha trajetória acadêmica, pois contribui diretamente para o meu crescimento como estudante e cidadão. Estou entusiasmado em colaborar com essa equipe e com pesquisas que realmente fazem a diferença.” Outra membro da equipe, Bianca Fortes Schardong, pós-doutoranda CAPES no PPGAGR destaca “O projeto qualificará ainda mais os professores e estudantes como pesquisadores na área de governança ambiental relacionada ao enfrentamento de desastres climáticos. Com essa oportunidade fornecida pelo edital, podemos, a partir dos aprendizados obtidos com os desastres anteriores, fomentar estratégias de pesquisa e inovação em prol da resiliência do nosso estado diante dos desafios climáticos.” Válido destacar que o projeto contou com carta de apoio e interesse do Fórum dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul (COREDES-RS), que representa os 28 COREDEs do Estado e teve articulação por meio do COREDE de região de atuação da UFSM-PM, que é o Rio da Várzea.
Considerado um programa central para o Estado do Rio Grande do Sul, o programa teve uma suplementação de R$ 15 milhões, a FAPERGS ampliou o apoio financeiro para um número maior de propostas, complementando os 50 projetos iniciais, com mais 32 projetos. Ao todo serão 82 projetos contemplados no Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Voltado a Desastres Climáticos, com um investimento global de R$ 45 milhões.