Era início de tarde em Madri, capital da Espanha, quando Vinicius Jr. soube que não viajaria a Paris, na França, para a cerimônia da Bola de Ouro, no Théâtre du Châtelet, nesta segunda-feira (28). O brasileiro embarcaria em um avião fretado pelo Real Madrid, junto com a delegação madridista, mas o clube decidiu não enviar ninguém ao evento.
As primeiras informações sobre a Bola de Ouro para Rodri, meio-campista da Espanha e do Manchester City, começaram a surgir logo pela manhã na capital francesa. O jogador teria, inclusive, feito sessão de fotos com a France Football no dia anterior, algo relatado por fontes à ESPN e desmentido pela revista ao estafe de Vinicius Jr.
À medida que as horas avançavam, no entanto, fontes ligadas ao clube e ao atacante brasileiro confirmavam o pessimismo em relação à premiação. Pego de surpresa, o Real Madrid tomou a decisão final de boicotar o evento.
Uma fonte do clube ouvida pela ESPN afirmou que a decisão de não premiar Vinicius é “injusta” e “vergonhosa”. Não ir ao prêmio foi realmente uma forma de protesto a algo que o Real considerou um “roubo histórico”.
Enquanto os convidados desembarcavam de luxuosos automóveis, em frente ao Théâtre du Châtelet dezenas de torcedores, alguns com a camisa do Real Madrid e outros com a imagem do brasileiro em tablets, gritavam “Vinicius Bola de Ouro”.
Na hora do anúncio de Rodri, a cena se repetiu. Muitos exclamavam o nome do brasileiro enquanto o ex-atacante George Weah se preparava para dizer o vencedor.
Ele e seu estafe apenas acataram a determinação do Real Madrid, de que ninguém do clube viajaria a Paris. Souberam também pelo clube que Rodri seria o vencedor. Nada veio diretamente da organização da France Football.
O atacante brasileiro não era o único representante do Real Madrid no principal prêmio da noite, que tinha também Jude Bellingham, Dani Carvajal, Kylian Mbappé, Antonio Rüdiger e Federico Valverde na disputa. Andriy Lunin ainda concorria como melhor goleiro; Arda Güler ao Troféu Kopa; e Carlo Ancelotti, como treinador.
O Real Madrid levou o prêmio de melhor clube do futebol masculino na temporada 2023/24. Ninguém subiu ao palco para receber o troféu das mãos de Didier Drogba. A organização rapidamente mudou de tema. Aconteceu o mesmo quando Ancelotti foi anunciado o melhor técnico, em um momento que apenas Drogba, seu jogador nos tempos de Chelsea, lamentou a impossibilidade de encontrar o ex-chefe.
Para a equipe espanhola, só seria aceitável a Bola de Ouro não ir para Vinicius Jr. caso o escolhido fosse Carvajal, que, além do título da Champions League e de LALIGA, também foi campeão da Eurocopa com a Espanha, assim como Rodri.
Vinicius Jr. era visto como favorito à Bola de Ouro, após ser campeão de LALIGA e da Champions League na última temporada, com papel decisivo em ambas.
Foram 15 gols do brasileiro no Campeonato Espanhol, além de seis na campanha europeia, incluindo tentos na semifinal contra o Bayern de Munique e na decisão contra o Borussia Dortmund.
Rodri, por sua vez, ganhou a Premier League, o Mundial de Clubes e a Supercopa da Uefa com os Citizens, além da Euro com a Espanha.
O critério de votação da Bola de Ouro é o seguinte: um painel de especialistas define 30 finalistas, em lista que é submetida à avaliação de 100 jornalistas, dos países com melhor posição no ranking da Fifa (entre as mulheres, esse número cai para 50).
Fonte: ESPN