O ministério da Educação recuou e decidiu revogar a portaria em que determina o retorno das aulas presenciais das universidades a partir de janeiro, depois de uma série de repercussões negativas. O ministro, Milton Ribeiro, afirmou a CNN que irá abrir uma consulta pública para ouvir o mundo acadêmico antes de tomar nova decisão.
O ministério foi criticado por universidades que se recusaram a voltar às aulas porque não consideram que este seja o melhor momento. “Quero abrir uma consulta pública para ouvir o mundo acadêmico. As escolas não estavam preparadas, faltava planejamento”, afirmou o ministro à coluna.
O diretor da Universidade Federal de Santa Maria – Campus Frederico Westphalen, Bráulio Otmar Caron, afirmou a comunidade acadêmica no inicio da manhã desta quarta-feira,2, que as aulas na universidade não iriam retornar, conforme reunião com o reitor da UFSM, Paulo Afonso Burmann “Segundo nosso reitor e vice-reitor, segue o calendário aprovado pelo Cerp, qualquer modificação que estava prevista para esse semestre deve ser aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEP). O Reitor Burmann entende a impossibilidade da aplicabilidade da resolução, devido ao aumento de casos no estado. Também não há nenhuma intenção de defender o retorno das atividades presenciais. Seguimos o calendário que existe”, disse o diretor.
Na contramão de novas medidas de restrição que vem sendo adotadas nos Estados, o ministério havia decidido liberar a volta de estudantes universitários para dentro das salas de aula. Perguntado sobre o que levou o ministério a editar a portaria, o ministro afirmou que consultou mantenedores de universidades antes e que não esperava tanta resistência. “A sociedade está preocupada, quero ser sensível ao sentimento da população”, disse à CNN. De acordo com Milton Ribeiro, agora o ministério vai liberar o retorno às aulas somente quando as instituições também estiverem confiantes de que as aulas podem ocorrer em segurança.
Entre as instituições que recusaram a ideia de retorno presencial das aulas está a Universidade de Brasília, uma das principais do país. Em nota, a UnB criticou o fato da flexibilização da regra ocorrer “em um momento de aumento das taxas de contaminação pelo coronavírus em diversos estados e no Distrito Federal”. A Universidade também ressaltou que a pandemia “ainda não deu sinais de arrefecimento – pelo contrário”.
O Instituto Federal do Rio Grande do Sul, em uma nota oficial, demonstrou surpresa a colocação inicial do ministério “Seguiremos, portanto, primando por critérios técnicos e científicos para as decisões institucionais, amparados pela autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial legalmente nos conferida”, reforçou o reitor do IFRS, Júlio Xandro Heck. Acesse a nota na íntegra.
*CNN