O Ministério da Saúde suspendeu o contrato para compra da vacina indiana Covaxin, intermediado pela Precisa Medicamentos. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (29). Supostas irregularidades no contrato para compra do imunizante vieram à tona na última semana na CPI da Covid.
De acordo com Queiroga, “não há irregularidades no contrato”, mas o Ministério decidiu suspender a compra “para análise aprofundada” da negociação. Na última sexta-feira, Luis Ricardo Miranda, funcionário do Ministério, relatou ter sofrido pressão de seus superiores para a liberação do imunizante, embora, segundo ele, houvesse uma série de irregularidades e inconsistências no processo. Algumas dessas divergências seriam na forma de pagamento, na quantidade de doses e na indicação de empresas intermediárias.
No mesmo depoimento à CPI, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), irmão de Luis Ricardo, denunciou que o presidente Jair Bolsonaro citou o nome do deputado Ricardo Barros (PP-PR) como suspeito de ser o mentor por trás das supostas irregularidades na compra da vacina Covaxin.
Ontem, senadores apresentaram ao STF uma notícia-crime contra Bolsonaro por prevaricação, já que ele teria sido procurado pelos irmãos Miranda e não teria tomado providências para investigar suspeitas de corrupção do processo de aquisição da Covaxin pelo Ministério da Saúde.
O contrato para compra da Covaxin foi assinado em 25 de fevereiro prevendo pagar R$ 1,6 bilhão, sendo US$ 15 por dose, valor mais caro entre os imunizantes adquiridos até agora. A compra também seria a única feita com intermediários.
*Sul 21