Em função das fortes chuvas que atingem a Região Metropolitana desde segunda-feira, dezenas de moradores de Esteio tiveram de deixar suas casas na madrugada desta terça. Entre as regiões mais atingidas no município, estão os bairros Ezequiel, São José, Navegantes e Jardim das Figueiras.
Os alagamentos ocorrem principalmente pelo transbordamento dos arroios Esteio, Sapucaia e Guajuviras — mas moradores também consideram como causa da enchente a obra de um dique de contenção. Em entrevista à Rádio Gaúcha, nesta manhã, o prefeito do município, Gilmar Rinaldi, afirmou que 300 pessoas estão fora de suas casas.
A Defesa Civil utiliza barcos para retirar famílias de casa. Muitos pertences e móveis foram perdidos. O sentimento de quem teve de deixar a casa é desolação.
— Não quero sair daqui de perto, para proteger o pouco que me restou — conta a serviços gerais Rosângela Trindade, 56 anos, moradora do bairro São Sebastião, onde não ocorriam enchetes há dois anos.
Para o cabelereiro Felipe Silva, 28 anos, o alívio veio pouco antes das 7h, quando conseguiu tirar sua filha, Louise, de seis meses, de casa. A menina respira com ajuda de aparelhos, que queimaram com o temporal que atingiu o município.
— Saímos de casa com água quase no queixo. Agora vamos buscar abrigo na casa de algum conhecido, pois precisamos de luz para os aparelhos da Louise — afirmou Silva.
Equipes da AES Sul, concessionária que atende o município, estão desligando a energia elétrica na região para evitar curtos.
Já em Canoas há residências alagadas no bairro Harmonia. Segundo moradores, os problemas de alagamento são causados devido às obras de alargamento da Avenida República. Em Novo Hamburgo, das 200 famílias que deixaram suas casas nesta segunda, 30 ainda seguem em abrigos municipais, sendo que quase todas são moradoras do bairro Canudos.
Em Montenegro, o rio Caí, também tem ameaça de transbordar. Defesa Civil não descarta uma enchente de pequenas proporções.
Falta de luz
Além de alagamentos, moradores enfrentam problemas com a falta de luz. Pelo menos 34 mil famílias estão sem energia elétrica. Em Guaíba, 14 mil clientes estão sem luz na área de concessão da CEEE.
Na área de concessão da RGE, são 11 mil clientes sem luz devido aos danos na rede. As cidades mais atingidas são Taquara, Nova Prata, Três Passos, Frederico Westphalen e Palmeira das Missões. Já na área da AES Sul são nove mil clientes sem luz, todos na Região Metropolitana.
Defesa Civil em alerta
Na tentativa de minimizar os estragos, desde a semana passada, a Defesa Civil vem trabalhando junto à Secretaria do Meio Ambiente. A equipe monitora as condições climáticas e as regiões que devem ter chuva em grande quantidade em um curto espaço de tempo.
As regiões das bacias hídricas do Estado têm sido observadas (região do rio Uruguai, região do Guaíba e região do Litoral). Dentre elas, a do Uruguai é a menos preocupante, pois o nível do rio já está baixando.
De acordo com o Sistema de Monitoramento e Alertas de Desastres (Smad), que mede o nível dos rios gaúchos, todos estão no “nível local”.
Zero Hora e Rádio Gaúcha