Escolas fechadas, serviços parados e o pedido para que os gaúchos não saiam de casa nesta terça-feira (1). Estes foram os primeiros efeitos da greve de quatro dias anunciada pelos servidores públicos do Rio Grande do Sul após o anúncio do Piratini de mais um parcelamento de salários. Os servidores também se manifestaram em municípios do interior do Estado.

As entidades representativas dos trabalhadores do funcionalismo criticaram, além do parcelamento, o que chamaram de demora do Governador José Ivo Sartori em apresentar alternativas para os problemas financeiros do Estado, principalmente no que diz respeito à dívida com a União, à possiblidade de recorrer aos depósitos judiciais para honrar os salários, e, por fim, a falta de enfrentamento à sonegação fiscal.

O Presidente da Federação Sindical dos Servidores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul (FESSERGS), Sérgio Arnaud, afirma que o Piratini está inibido diante destas questões. Ele diz que Sartori optou por prejudicar os servidores. “Ele está desejando aprovar seus projetos na Assembleia Legislativa, e para isso está colocando de joelhos toda a sociedade gaúcha, porque ele poderia já ter resolvido isso com os saques dos depósitos judiciais”, criticou Arnaud.

A Presidente do CPERS, Helenir Schurer, afirma que o Governo pretende aumentar impostos e vender patrimônio público. “Nós não aceitamos que um governo que não cobra sonegador queira aumentar o ICMS. Perdendo R$ 7 bilhões por ano, me falar que tem que aumentar ICMS, que é muito sonegado no nosso estado porque não tem fiscalização”, opinou Helenir.

Os servidores da segurança anunciaram o aquartelamento para esta terça. O Presidente da Associação de Cabos e Soldados do Rio Grande do Sul, Leonel Lucas, lamenta a situação dos brigadianos. “Na minha história de 25 anos de brigadiano eu nunca pensei que ia chegar a esse ponto, de estar aqui numa rádio dizendo para a população não sair de casa porque não vai ter policiamento amanhã. Mas quem trabalha no final do mês quer receber”, desabafou o presidente.

As 43 categorias do funcionalismo realizam um ato público em frente ao palácio Piratini na próxima quinta-feira (3). Também não há garantias de que os serviços sejam retomados na sexta-feira (4), porque, segundo os sindicatos, há categorias que não têm como retornar ao serviço pois os servidores podem não ter condições de pagar o transporte.

RB