Mais de 50 dias após as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, municípios da Região Metropolitana ainda registram acúmulo de lixo nas ruas. São toneladas de detritos, que vão de restos de móveis a itens pessoais. Com a volta da chuva, a lama se misturou às pilhas de entulho.
Em Canoas, o bairro Mathias Velho é um dos mais afetados. Na Rua Camaquã, mesmo após dois meses, a maioria das casas ainda está vazia. Quem limpou a residência não consegue retornar por causa da grande quantidade de rejeitos, e também por conta do mau cheiro. No bairro Harmonia, o acúmulo de detritos impede a passagem de veículos.
Em Novo Hamburgo, a situação mais crítica é no bairro Santo Afonso. No local, o lixo fechou uma rua. Um morador disse à RBS TV que ainda não conseguiu voltar para casa. Há relatos de aparição de ratos, aranhas e cobras.
Em Porto Alegre, a Zona Norte é a região mais afetada. Há registros de pilhas de entulho. São livros, restos de madeira e de materiais de construção, brinquedos, cadeiras e armários. Em algumas ruas, pedestres, moradores e carros dividem espaço com os detritos.
A tragédia climática de maio matou 177 pessoas, deixando 37 desaparecidas e 806 feridas. Quase 400 mil seguem fora de casa. Cidades foram devastadas: 478, de um total de 497 municípios, sofreram algum tipo de dano. O estado soma bilhões de reais em prejuízos.
O que dizem as prefeituras
A Prefeitura de Canoas afirma que já recolheu 7,9 mil cargas das ruas, o equivalente a 66,6 km. O Executivo municipal acrescenta que “na medida que estes locais são limpos, as equipes avançam para vias menores dos bairros”. A estimativa é que toda cidade esteja limpa em até 45 dias.
A Prefeitura de Novo Hamburgo informou que até está sexta-feira (21) foram recolhidas 25 mil toneladas de entulho. Além disso, relatou que solicitou ao governo federal um recurso de cerca de R$ 2,8 milhões para investimento em limpeza urbana.