É #FAKE que a Pfizer divulgou uma lista com 1.291 efeitos colaterais associados a sua vacina contra a Covid-19

Está circulando pelas redes sociais a informação de que a Pfizer supostamente divulgou uma lista com “1.291 efeitos colaterais graves” associados a sua vacina contra a Covid-19. Tome cuidado, essa notícia é falsa!

O conteúdo falso que circula pelo WhatsApp, Twitter, Instagram e Facebook, informa que a Pfizer teria divulgado nove páginas com a relação de efeitos colaterais adversos. Entre esses eventos descritos pela empresa estão: parada e insuficiência cardíaca, miocardite, lesão renal aguda, embolia e trombose do tronco cerebral e morte neonatal, entre outros. 

O conteúdo sugere que essa lista teria sido publicada depois que a empresa nova-iorquina obrigou “bilhões de seres humanos” a se vacinarem. O texto ainda salienta a indicação de que todos devem receber uma nova dose todos os anos. As publicações viralizaram em múltiplos idiomas e foram compartilhadas centenas de vezes nas redes sociais.

Entretanto, a Pfizer não divulgou nenhum documento listando efeitos colaterais provocados pela Comirnaty, como é realmente chamada a sua vacina de mRNA contra a Covid-19. O conteúdo falso que circula faz uma interpretação equivocada de um relatório, entregue pela empresa ainda no final de 2021, para a agência reguladora de medicamentos norte-americana Food and Drug Administration (FDA) como parte do Pedido de Licença Biológica (BLA). 

Esse documento está disponível de forma online e pode ser acessado por qualquer indivíduo. Entretanto, a lista erroneamente divulgada se refere a uma série de “efeitos adversos de interesse especial”, mas o texto original trata de “eventos adversos” ou seja, possíveis efeitos os quais deveriam ser observados e monitorados, citados entre as páginas 30 a 38.

Evento adverso se trata de sintomas que ocorrem após a aplicação da vacina, sem confirmação da relação com ela. Já os efeitos adversos, são os que possuem um nexo de causalidade com a vacinação. As bases de farmacovigilância reúnem os eventos ocorridos após a vacinação, o que permite realizar uma análise para compreender se há, ou não, uma possível ligação com a vacinação.

Dentre os efeitos adversos comuns e informados na bula do imunizante constam apenas dor de cabeça, muscular e nas articulações, inchaço no local da injeção, calafrios, diarreia e febre. Em nota, o próprio laboratório informou que todas as reações identificadas e confirmadas durante as fases de estudo pré e pós-comercialização, estão nessa bula. 

Especificamente sobre esse relatório e as interpretações enganosas desse texto, a Pfizer informou que, “por política global, não comenta documentos que circulam ou viralizam em redes sociais”. 

O laboratório norte-americano desenvolveu uma das fórmulas contra o novo coronavírus em parceria com a BioNTech. Até o início de 2022, mais de 104 milhões de doses da vacina da Pfizer contra o Covid-19 já haviam sido aplicadas em brasileiros.