Leite alerta para colapso na Saúde e diz que circulação deve ser evitada no RS

Em um momento crítico onde o Rio Grande do Sul chega a 87% da lotação de UTIs na tarde desta terça-feira, com um saldo de quase 12 mil mortes por Covid-19, o governador Eduardo Leite voltou a alertar a população gaúcha e os prefeitos municipais para a possibilidade de um colapso na Saúde por conta da pandemia. 

“O Estado está em um momento crítico e toda a circulação que pode ser evitada, deve ser evitada. Ao governador, antes de tudo, cabe dar o alerta. E este é o alerta. O Estado está em altíssimo risco de contágio e em eventual falta de atendimento para todos. Todos devem fazer sua parte antes mesmo de haver uma determinação para não sair nas ruas”, disse Leite em entrevista ao programa Esfera Pública.

Mesmo com o recente reforço de 127 leitos de UTIs no Estado, o governador foi enfático ao dizer que apenas a ampliação da estrutura hospitalar gaúcha não é suficiente no enfrentamento à pandemia – que só nesta terça-feira registrou 113 mortes e mais de 6 mil novos infectados no Rio Grande do Sul. “A expansão dos leitos não é infinita. Nenhum país venceu a pandemia abrindo leitos”, desabafou.

Sobretudo, Leite cobrou um “pulso firme” dos prefeitos, já que optaram em consenso por manter o sistema de cogestão e, com isso, ter espaço para a flexibilização dos protocolos estaduais. “Se não houver o engajamento dos prefeitos e municípios, não adianta o governador fechar as coisas. Na reunião com as regiões, ficou claro que a vontade era aplicar regras menos restritivas, mas alertamos que não existem regras menos restritivas. Se não pararmos, há risco sim de colapso”, enfatizou. No entanto, o governador não acredita que a cogestão possa trazer “descrédito” ao modelo de Distanciamento Controlado, em prática desde maio do ano passado. 

Todos os caminhos possíveis

O Piratini aguarda, nesta terça-feira, a aprovação no Legislativo do projeto que autoriza o governo estadual a adquirir doses da vacina contra a Covid-19 por meio do remanejamento orçamentário. Leite afirmou, durante a entrevista, que já realizou contato com os laboratórios responsáveis pela produção das vacinas Sputnik e Pfizer e que “está buscando todos os caminhos possíveis”. “Eu advogo pelo Plano Nacional de Imunização. O problema é que ele é liderado pelo Ministério da Saúde e o país não tem conseguido o volume de doses suficientes na velocidade que deseja”, explicou.

*Correio do Povo