A campanha Máscara Roxa, lançada na manhã desta quarta-feira (10) pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, possibilita que mulheres vítimas de violência doméstica denunciem casos de agressões em farmácias que tiverem o selo “Farmácia Amiga das Mulheres” no Rio Grande do Sul.
A iniciativa estará em operação durante o período de isolamento social devido à pandemia do novo coronavírus. Ao chegar na farmácia, a mulher deve pedir a máscara roxa, que é a senha para que o atendente saiba que se trata de um pedido de ajuda. Na sequência, o profissional vai informar que o produto está em falta e pegará alguns dados para avisá-la quando chegar.
Cabe ao atendente passar as informações para Polícia Civil, que tomará as medidas necessárias. Segundo o Ministério Público, os trabalhadores das farmácias receberam capacitação online e estão preparados para realizar o procedimento, garantindo a segurança da vítima.
“Os estabelecimentos foram pensados exatamente por serem de fácil acesso e não suscitarem desconfiança dos agressores, além de sempre ficarem abertos, mesmo nos períodos mais rígidos de isolamento”, explica a promotora de Justiça Carla Souto.
De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública do estado, no mês de abril, durante o período de isolamento devido à pandemia, o número de casos de feminicídio no Rio Grande do Sul aumentou em 66,7%, em relação ao mesmo mês do ano passado.
Em Frederico Westphalen a Botânica Farma é um dos estabelecimentos que aderiram à campanha. Para a farmacêutica Nília Fabris, a empresa nada mais faz do que cumprir sua responsabilidade social e acredita que mais estabelecimentos deveriam fazer parte do projeto:
Adesão
Além das farmácias que já integram a campanha, outros estabelecimentos do nicho podem aderir. O objetivo é envolver estabelecimentos que não fazem parte de grandes redes, e que estão em cidades menores do estado.
A campanha é uma iniciativa do Comitê Gaúcho ElesPorElas, da ONU Mulheres, e se concretiza a partir de um termo de cooperação assinado por Ministério Público do Rio Grande do Sul, Tribunal de Justiça do RS, Poder Executivo gaúcho, por meio do Departamento de Políticas Públicas para as Mulheres, Polícia Civil e Brigada Militar, Defensoria Pública, ONG Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos, Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem), Agência Moove, Grupo RBS e Rede de Farmácias Associadas.