43ª edição do Festival do Cinema de Gramado começa nesta sexta-feira

A 43ª edição do Festival de Gramado, que começa nesta sexta-feira (7) na Serra do Rio Grande do Sul, exibirá no telão do Palácio dos Festivais 48 filmes que disputam prêmios: são 14 longas, sendo sete brasileiros e sete estrangeiros, 19 curtas gaúchos e 15 curtas brasileiros. Para a seleção dos principais títulos, foram vistas 124 produções brasileiras e 67 latinas.

O clima na cidade é de expectativa para a chegada de cineastas, atores e pessoas ligadas à indústria do cinema. As ruas já estão cheias de turistas que ocupam os bares e restaurantes no entorno do Palácio dos Festivais. A decoração está montada, desde o tapete vermelho até a estátua dourada que representa o Kikito.
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Na noite de quinta-feira (6), houve uma prévia do que virá nos próximos dias. O cinema ficou lotado de estudantes e familiares para a mostra Educavídeo, que apresentou trabalhos de alunos da rede municipal de Gramado. Nove produções audiovisuais assinadas por eles foram exibidas com entrada franca.

A cerimônia oficial de abertura ocorre às 17h desta sexta, na Rua Coberta. Depois, haverá a exibição do curta “Bá” (SP) e do longa “Que Horas Ela Volta?” (SP), que competiria pelo Kikito, mas deixou desistiu de participar devido a um choque de datas com a pré-estréia do filme. A exibição, no entanto, foi mantida e é uma das mais aguardadas do festival.

Conheça os longas do Brasil

Entre os sete trabalhos brasileiros que disputam o Kikito, há produções do Rio de Janeiro, Distrito Federal, Rio Grande do Sul e São Paulo.

O diretor Luiz Carlos Lacerda celebra 50 anos de carreira com “Introdução à Música do Sangue”, longa inédito que será exibido no sábado (8). A história acontece no interior do Brasil, onde uma família vive angústias em uma atmosfera de desejo e repressão. É baseado em um argumento do escritor Lucio Cardoso e tem no elenco nomes como Ney Latorraca e Bete Mendes.

A diretora Claudia Jouvin faz sua estreia em longas com “Um Homem Só”, também inédito. A carioca, acostumada a trabalhar como roteirista de comédias, opta por uma história mais dramática. Com toques do cinema fantástico, a produção conta a vida do protagonista Arnaldo (Vladimir Brichta). O personagem, desiludido com o trabalho e o casamento, tenta clonar a si mesmo. Na trama, ele ainda conhece uma sedutora mulher, vivida por Mariana Ximenes, que trabalha em um cemitério de animais.

“O Último Cine Drive-In”, do diretor Iberê Carvalho, narra a saga do jovem operário Marlombrando, que precisa levar a mãe para fazer um exame em Brasília. Sem ter a quem recorrer, ele é obrigado a reencontrar o pai, Almeida, que está ausente há muitos anos. Dono do último Cine Drive-in de Brasília, o homem insiste em manter um tipo de cinema que já não atrai mais espectadores. No elenco, estão nomes como Othon Bastos

A produção gaúcha “Ponto Zero”, dirigida por José Pedro Goulart, também é inédita. O filme conta a história de Ênio, um menino de 14 anos, que precisa lidar com problemas familiares e da vida adulta que se aproxima. Em uma noite, ele mergulha em um universo fantástico e precisa lidar com seus fantasmas. Com Sandro Aliprandini no elenco.

“Ausência”, de Chico Teixeira, é um drama familiar centrado na figura de Serginho, um jovem que precisa assumir o papel de homem da casa, cuidando da mãe e do irmão mais novo. A trama segue seu dia a dia, desde as tarefas de casa até seus dilemas com a vida sexual e afetiva. No elenco, estão Matheus Fagundes, Gilda Nomacce e Irandhir Santos, entre outros atores.

O “Fim e os Meios”, de Murilo Salles, conta a trajetória de um casal que se muda para Brasília e tenta resolver os impasses da relação. Ela é jornalista, e ele publicitário. Uma campanha para a reeleição de senador desencadeia um jogo de interesses que desencadeia reações no casal. Com Pedro Brício, Cintia Rosa e Marco Ricca no elenco.

“O Outro Lado do Paraíso”, do diretor André Ristum, se passa no Brasil dos anos 1960. A história é contada por meio do olhar de um garoto de 12 anos, Nando. O desejo de ascensão social leva a família a se mudar para Brasília, recém-inaugurada e ainda em construção. Na cidade, ele acompanha a luta de trabalhadores e vê de perto o ativismo político. Com Eduardo Moscovis no elenco.

Serviço
43ª Festival de Cinema de Gramado
Data: De 7 a 15 de agosto
Onde: Palácio dos Festivais (Av. Borges de Medeiros, 2697)
Quanto: De R$30 (sessão) a R$ 100 (premiação)

Longa-metragem nacional
“Ausência”, de Chico Teixeira (SP)
“Introdução à Música do Sangue”, de Luiz Carlos Lacerda (RJ)
“O Fim e os Meios”, de Murilo Salles (RJ)
“O Outro Lado do Paraíso”, de André Ristum (DF)
“O Último Cine Drive-In”, de Iberê Carvalho (DF)
“Ponto Zero”, de José Pedro Goulart (RS)
“Um Homem Só”, de Cláudia Jouvin (RJ)

Longa-metragem estrangeiro
“Ella”, de Libia Stella Gómez (Colômbia)
“En La Estancia”, de Carlos Armella (México)
“La Salada”, de Juan Martin Hsu (Argentina)
“Ochentaisiete”, de Anahi Hoeneisen e Daniel Andrade (Equador)
“Presos”, de Esteban Ramírez Jímenez (Costa Rica)
“Venecia”, de Kiki Alvarez (Cuba)
“Zanahoria”, de Enrique Buchichio (Uruguai)

Curta-metragem nacional
“Bá”, de Leandro Tadashi (SP)
“Como São Cruéis os Pássaros da Alvorada”, de João Toledo (MG)
“Dá Licença de Contar”, de Pedro Serrano (SP)
“Enquanto o Sangue Coloria a Noite, Eu Olhava as Estrelas”, de Felipe Arrojo Poroger (SP)
“Haram”, de Max Gaggino (BA)
“Heroi”, de Pedro Figueiredo (SP)
“Macapá”, de Marcos Ponts (MA)
“Miss & Grubs”, de Camila Kamimura e Jonas Brandão (SP)
“Muro”, de Eliane Scardovelli (SP)
“O Corpo”, de Lucas Cassales (RS)
“O Teto Sobre Nós”, de Bruno Carboni (RS)
“Quando Parei de Me Preocupar Com Canalhas”, de Tiago Vieira (SP/GO)
“S2”, de Bruno Bini (MT)
“Sêo Inácio (ou O Cinema Imaginário)”, de Helio Ronyvon (RN)
“Virgindade”, de Chico Lacerda (PE)

Mostra Gaúcha
“Arte da Loucura”, de Karine Emerich e Mirela Kruel (Porto Alegre)
“Atrás da Sombra”, de Luciana Mazeto e Vinícius Lopes (Porto Alegre)
“Bruxa de Fábrica”, de Jonas Costa (São Leopoldo)
“Consertam-se Gaitas”, de Ana Cris Paulus, Boca Migotto e Felipe Gue Martini (Bento Gonçalves)
“Da Vida Só Espero a Morte”, de Júlia Ramos (Porto Alegre)
“De Que Lado Me Olhas”, de Carolina de Azevedo e Elena Sassi (São Leopoldo)
“Entre nós”, de Maciel Fischer (Pelotas)
“Ferro”, de Giordano Gio (Porto Alegre)
“Kaali”, de Gabriel Motta Ferreira (Porto Alegre)
“Liga-pontos”, de Teresa Assis Brasil (São Leopoldo)
“Madrepérola”, de Deise Hauenstein (São Leopoldo)
“Nes Pas Projeter”, de Cristian Verardi (Porto Alegre)
“O Corpo”, de Lucas Cassales (Porto Alegre)
“O Movimento do Escuro”, de Alexandre Rossi (Porto Alegre)
“O Sonho, o Limiar e a Porta que Metamorfoseia”, de Gustavo Spolidoro (Porto Alegre)
“Pele de Concreto”, de Daniel de Bem (Porto Alegre)
“Plano”, de Virginia Simone, Carlos Dias e Matheus Walter (Porto Alegre)
“Quanto Mais Suicidas, Menos Suicidas”, de Maurício Canterle Gonçalves (Santa Maria)
“Rito Sumário”, de Alexandre Derlam (Porto Alegre)

G1