Durante toda esta semana, de 26 a 30 de setembro, o Instituto Federal Farroupilha, campus de Frederico Westphalen vem realizando a I SemanaFoto: Divulgação

de Integração Campus Comunidade que já contou com dezenas de atividades, como sessão de cinema, Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão, palestras, espetáculos teatrais, mostra fotográfica, além da tradicional Mostra de Ciências dos alunos do Instituto e de algumas escolas de Frederico Westphalen e região.

O coordenador do evento, professor Joel da Silva, comentou sobre as atividades e destacou a respeito do Dia Nacional de Mobilização da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica:

O  III Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão (SEPE) que integrou a programação, contou com a participação de Eliezer Moreira Pacheco – ex-secretário da SETEC – que palestrou sobre o tema: “Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia: Desafios e Perspectivas”. Em face ao contexto político nacional, as falas do orador confluíram na defesa da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.

A programação da Semana de Integração Campus Comunidade segue durante esta sexta-feira, com palestra para os alunos dos cursos superiores e subsequente às 19h15, além da continuidade da exposição da Mostra de Artes e Concurso de Fotografia.

4ª Mostra Regional de Ciências
A tradicional Mostra de Ciências do Instituto chegou neste ano a sua quarta edição e contou com a participação de 10 escolas da região.

Foto: Divulgação

Em parceria com a 20ª CRE (Coordenadoria de Educação do RS), a Mostra faz parte do esforço e valorização da iniciação científica que procura articular ações com outras escolas da região para dar aos alunos a oportunidade de exporem os seus trabalhos à comunidade escolar.

As exposições ficaram disponíveis aos visitantes durante a quarta e quinta-feira, 28 e 29 de setembro. A professora e coordenadora da 4ª edição da Mostra, Luciane Figueiredo Pokulat, fala sobre a participação dos alunos e a importância deste momento, não só para os estudantes mas também para o Instituto e a comunidade:

Os trabalhos que tiveram maior destaque durante a feira foram premiados pela instituição. Confira a classificação geral no site do IFFar. 

Mobilização em defesa da Educação
Paralelo as atividades da Semana de Integração, servidores docentes, servidores técnico-administrativos e alunos participaram, nesta quinta-feira, 29, do14484859_1154655944581251_7664231225024806041_n Dia Nacional de Mobilização da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica que potencializa um conjunto de estratégias pensadas para fortalecer a Rede e para explicitar à sociedade brasileira o posicionamento contrário às medidas nela pautadas quanto às questões que ameaçam a educação pública brasileira, o projeto original dos Institutos Federais e a sustentabilidade das instituições. O movimento aconteceu em todo o país e teve  como base a Carta de Vitória, elaborada durante a 40ª Reunião dos Dirigentes das Instituições Federais de Educação Profissional e Tecnológica – Reditec. Confira a Carta na íntegra:

Carta de Vitória

A Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, integrada por instituições multicampi e pluricurriculares situadas em todas as regiões brasileiras, é composta por mais de 650 unidades, em 568 municípios, que executam amplo espectro de políticas públicas educacionais, focadas no mundo do trabalho e na perspectiva humanística, cuja concepção prioriza a inclusão social e a formação integrada de mais de um milhão de jovens e adultos, em toda diversidade, em especial, os menos favorecidos.

Nós, reitores, pró-reitores e diretores gerais, durante a 40ª Reunião dos Dirigentes das Instituições Federais de Educação Profissional e Tecnológica – Reditec, realizada em Vitória-ES, no período de 23 a 27 de setembro de 2016, preocupados com a sua solidez, nos posicionamos ante os últimos fatos inerentes ao cenário educacional brasileiro, em especial a educação pública e gratuita, os quais, adiante assinalados, enfraquecem os fundamentos dessa rede.

1. Edição da MP 746. Reformula o ensino médio brasileiro.

Tal medida requer amplo debate envolvendo a sociedade. O uso de medida provisória fere o princípio de construção coletiva e o protagonismo da sociedade na formulação das políticas de interesse coletivo.

Ademais, a MP marginaliza disciplinas de base humanística, retrocede a formação integral de nossos jovens e adultos e ainda precariza o ensino, ao permitir o reconhecimento do “notório saber” para o exercício da docência.

2. PEC 241. Fixa limites de investimentos.

Restringir investimentos na manutenção e expansão da rede, desvincular percentuais constitucionais obrigatórios e abolir a destinação do percentual de 10% do PIB são ações que ferem a garantia do direito à educação pública e gratuita.

Há nítida contradição entre a MP 746 e a PEC 241, uma vez que a oferta de educação em tempo integral indicada na MP requer investimentos e não cortes. Além disso, entra na contramão, também, da formação humana integral ao romper a intrínseca relação entre a formação geral e a profissional, as quais estão na base da Educação Profissional, Técnica, Científica e Tecnológica da Rede Federal.

3. PL 257. Cortes de direitos trabalhistas.

Subtrair direitos dos trabalhadores representa um descompasso com a prioridade que requer a educação de qualidade aos brasileiros.

4. Quadro Orçamentário e Financeiro de 2016.

O funcionamento da rede está prejudicado, no ano em curso, em face dos cortes e da não liberação de limites orçamentários, impondo um quadro de insegurança institucional.

5. LOA 2017.

A LOA não garante a fixação da matriz atual acrescida da incidência do IPCA, para assegurar o funcionamento da rede, como propõe o Conif.

Ainda que tenhamos ciência da necessidade de melhorias no sistema educacional brasileiro, estas somente podem ser efetivadas com a ativa participação de toda a sociedade brasileira, em um diálogo contínuo e responsável com todas as instâncias de representação legítima do campo educacional. Além disso, reafirmamos os direitos trabalhistas e a necessidade de se garantir o financiamento da educação, na perspectiva da qualidade socialmente referenciada.

Nesse contexto, reafirmamos nosso posicionamento em defesa da educação como bem público e um direito de todo cidadão brasileiro, e entendemos também que a Rede precisa ser vista como política de Estado, transcendendo a quaisquer governos.

A sociedade brasileira precisa se colocar contra essas medidas que representam um retrocesso ao desenvolvimento humano sustentável no nosso país, pois, como falou Paulo Freire, “Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo.”

Vitória, 26 de setembro de 2016.

40ª Reunião dos Dirigentes das Instituições Federais de Educação Profissional e Tecnológica – Reditec