‘Vou matar esse velho’: áudios divulgados pela polícia mostram ameaças em asilo interditado em Canoas

Áudios divulgados pela Polícia Civil mostram ameaças que seriam dirigidas a idosos internados em um asilo de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O local foi interditado pela Justiça, após solicitação do Ministério Público (MP) na sexta-feira (27) por suspeita de tortura e maus-tratos.

Duas cuidadoras foram presas em flagrante pela prática do crime de tortura contra idoso, segundo a Polícia Civil. Em um dos áudios, uma delas estaria ameaçando uma pessoa.

“Eu vou matar esse velho. Eu vou me enfurecer, eu vou dar nele até dizer chega! Vamos! Vamos! Para de se fazer de louco!”, diz.

O delegado que investiga o caso afirmou que essas gravações e os depoimentos dos idosos são indícios fortes de crime.

“Os idosos nos relataram que eram agredidos constantemente e durante anos, até a nossa ação, por xingamentos, ameaças de agressões e agressões físicas graves que ultrapassam maus-tratos e são configuradas como tortura”, diz o delegado Mauricio Barison.

Em outros áudios, é possível ouvir pessoas dizendo frases como “não te levanta que tu vai apanhar”“nós vamos botar ele na cadeira amarrado lá no quarto” e “esse vai tomar muito pau”.

RBS TV procurou os advogados das investigadas, que não quiseram se manifestar sobre o caso.

A dona da instituição prestou depoimento à Polícia Civil. A Prefeitura de Canoas afirmou que o asilo não tem convênio com o município e que nada de suspeito havia sido identificado no local na última fiscalização periódica, em julho.

Idoso levou pendrive com denúncia

Segundo o MP, a ação foi levada à Justiça após uma vistoria realizada no local. Na ocasião, um dos idosos entregou um pendrive contendo áudios de maus-tratos contra os residentes.

“O relato do idoso 1, que foi ouvido hoje, trazia indícios, relatos de que as cuidadoras batiam a cabeça de uma pessoa na parede, que gritava, pedia socorro. Diante disso, nós nos deslocamos até o último cômodo da casa. E estava lá uma das idosas em estado de semiconsciência, babando e meio delirando, e com muitos hematomas na cabeça”, afirma a promotora Melissa Marchi Juchen.

A promotora informou que as famílias dos idosos não tinham conhecimento do que aconteceria dentro do asilo.

Oito idosos com idades entre 70 e 90 anos moravam na instituição de longa permanência interditada no bairro Rio Branco. Alguns deles voltaram para as famílias, enquanto os demais vão ser encaminhados para outras instituições de longa permanência do município.

Fonte: g1 RS

Foto: Polícia Civil/Divulgação

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