UFSM tem queda de quase 70% no orçamento para investimentos em 2019

A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) teve uma redução de 70% no orçamento para investimentos (obras e aquisição de equipamentos) em 2019. Segundo a Lei Orçamentária Anual (LOA), sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro e publicada na edição desta quarta-feira, 16, do Diário Oficial, a instituição terá R$ 6 milhões para a realização de obras e compra de equipamentos para o campus principal e demais unidades este ano. Em 2018, o valor ficou em R$ 19,8 milhões.

O reitor Paulo Burmann afirma que a cifra de agora é insuficiente frente às necessidades da instituição, como obras em execução e compras de materiais — desde novos equipamentos de ar-condicionado a livros.

— Vamos trabalhar e esperar sensibilizar a União para que isso seja revertido. Daqui a pouco poderíamos obter uma suplementação orçamentária. Quero, mesmo, acreditar que esse valor será alterado e teremos mais recursos em caixa. Agora também é importante que se diga que não se pode colocar isso (redução das verbas) na conta desse governo. Essa questão é do ano passado. Mas vamos nos valer de todas articulações políticas e da sociedade para obtermos um fôlego financeiro — disse Burmann em entrevista ao GaúchaZH nesta quarta.

Segundo o pró-reitor de Planejamento, Frank Casado, a universidade precisaria de, ao menos, R$ 11,9 milhões para dar sequência às mais de 20 obras em andamento no campus principal e nas demais unidades.  Ele cita que, no ano passado, o valor para investimentos chegou a R$ 31,8 milhões. Isso foi possível porque, além dos R$ 19,8 milhões liberados pela União, a universidade obteve a liberação de mais R$ 12 milhões. A cifra adicional, explica ele, se deu por meio do chamado Termo de Execução Descentralizado, que é um mecanismo da União para transferência de recursos que inicialmente não estavam previstos para determinada demanda. Já em 2017, o valor executado para investimentos atingiu o valor de R$ 37,2 milhões, sendo que o previsto foi de R$ 37,6 milhões. 

Para dimensionar como a cifra de R$ 6 milhões é insuficiente para os investimentos necessários, o reitor diz que a instituição terá, para este ano, de desembolsar R$ 4 milhões somente com a compra de livros didáticos. 

Ainda na semana passada, o Ministério de Economia exigiu que a instituição – a exemplo de outras universidades públicas – apresentasse uma lista com a prioridades para que, assim, tivesse acesso à liberação da parcela do duodécimo mensal (referente a janeiro). A universidade encaminhou, no último dia 9, as demandas mais emergenciais e o valor de R$ 9 milhões foi liberado nesta semana. 

Aumento da verba para custeio

Em contraponto aos cortes em investimentos, para este ano, a UFSM terá em caixa o montante de R$ 130 milhões para custear encargos com água, luz, telefone e pagamento com serviços terceirizados, chamado de orçamento para custeio. Um valor acima do verificado no ano passado, quando o previsto e o liberado foi de R$ 120,9 milhões para essas demandas.

Gaúcha Z.H.

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