Faltam pouco mais de 30 dias para a Abertura Oficial da Colheita do Arroz no Rio Grande do Sul. As estruturas começam a ser montadas esta semana na Estação Experimental Terras Baixas, da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão (RS) e a área plantada no Estado deve se confirmar apenas 3% maior do que no ciclo anterior. O percentual inicial projetado era de 7% mas não deve se concretizar por causa das consequências da enchente histórica do ano passado, principalmente, na região Central do Estado. As informações são do presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho.
“Lá tem graves problemas ainda de estrutura. É a região mais atingida pela enchente. Tem erosão e locais que os rios invadiram, abriram, literalmente, crateras no meio das propriedades”, desabafou o dirigente, destacando que há muitos pequenos produtores nos municípios dessa região.
Na avaliação de Alexandre Velho, pode levar, no mínimo, de três a cinco anos para os produtores da região Central do Rio Grande do Sul se recuperarem. Segundo ele, essa seria uma projeção otimista.
“A própria Federarroz arrecadou R$ 300 mil para a aquisição de óleo diesel e distribuiu esse donativo na região”, contou, analisando que predomina a monocultura nos municípios que pertencem ao Centro do estado.
Conforme informações mais recentes divulgadas pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), foram semeados no estado 927.8885,90 hectares de arroz irrigado, que representam 98% da área prevista. A região Central apresentou um índice menor, com 85% da área plantada.
Evento
Nesta edição, a Abertura Oficial da Colheita tem como tema “Produção de Alimentos no Pampa Gaúcho: Uma visão de futuro” e são aguardados 16 mil visitantes, entre os dias 18 e 20 de fevereiro, em Capão do Leão. De acordo com o presidente da Federarroz, estarão em evidência na programação 40 vitrines tecnológicas, a rotação de culturas e a gestão econômica e financeira dos negócios, entre outros.
As vitrines tecnológicas irão ocupar seis hectares de lavouras. Além disso, cerca de 50 empresas e instituições estarão presentes nesta edição.
“O evento, técnico e profissional, é o maior dia de campo do Rio Grande do Sul para que o produtor possa continuar viável na agricultura”, afirma Alexandre Velho.
O Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção do cereal no Brasil. Em segunda colocação está Santa Catarina com 10%. Conforme o dirigente da Federarroz, o país consome 800 mil toneladas por mês do cereal e quase 200 municípios gaúchos tem sua economia centrada na lavoura de arroz.
Fonte: Correio do Povo