Queijo adulterado foi vendido em 72 estabelecimentos, revela MP

O Ministério Público gaúcho (MP), que deflagrou na manhã desta terça-feira uma operação de combate à fraude do queijo em Ivoti e em Três de Maio, revelou que o produto adulterado foi vendido em 72 estabelecimentos no Rio Grande do Sul, incluindo um em Porto Alegre. Na ofensiva Queijo Compen$ado I, foram presos os donos da Laticínios Progresso – pai e filho – e um representante da empresa.

De acordo com o MP, um motorista de um caminhão que transportava o queijo para Ivoti foi alvo de uma medida cautelar adversa, que significa que o suspeito não poderá deixar o Estado e terá um horário para estar em casa. A ofensiva também chegou ao gabinete da Secretaria Municipal de Agricultura de Três de Maio e causou o afastamento do secretário, suspeito de favorecer a empresa. Um fiscal do produto, que atuava em Estância Velha, também foi afastado do cargo pelo mesmo motivo.

A fraude no queijo funcionava a partir do uso do leite que era rejeitado pela indústria. Durante as investigações, a promotoria descobriu que os fabricantes adicionavam amido de milho ao queijo. A mistura deixava o produto com um odor muito forte e gerava mofo em uma velocidade acima do normal. Por conta da adição de amido, o queijo não derretia. O esquema era repetido em três tipos de queijo: mussarela, lanche e ricota.

A adulteração do queijo era feita em Três de Maio e o transporte até Ivoti era sempre realizado aos sábados, durante a madrugada. O caminhão usado para o transporte tinha a companhia de um carro de passeio que funcionava como batedor, geralmente conduzido por um dos donos da empresa. A partir daí, o produto era fatiado e distribuído para estabelecimentos do Estado.

Algumas redes que compraram o leite adulterado perceberam que o produto era de má qualidade e devolviam a remessa adquirida. Outras empresas, porém, seguiam negociando o queijo.

Problemas desde 2011

A empresa Laticínios Progresso já estava na mira da Receita Estadual desde janeiro. De acordo com informações do órgão, a companhia não declarava o faturamento desde o começo do ano. Anteriormente, em 2011, a empresa também fazia algo semelhante quando declarava apenas 20% do que recebia. Com a operação, a promotoria pediu a interdição imediata da fábrica de queijo e a suspensão da distribuição do produto. Os bens dos donos também serão bloqueados.

M.P

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