Professores da rede municipal participam de palestra sobre o vírus da dengue e Aedes aegypti

Não é novidade para ninguém que Frederico Westphalen está passando por um surto do vírus da dengue transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Tendo em vista a urgência da situação, onde já são mais de 40 casos confirmados, várias medidas estão sendo adotadas para auxiliar no processo de estabilização e extermínio desse quadro.

A Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC) está centrando suas ações na conscientização dos alunos, para que estes, uma vez instruídos e cientes da endemia que estamos atravessando, possam levar os conhecimentos adquiridos na escola para os seus familiares e conhecidos. No entanto, além dos alunos, os profissionais da educação também necessitam estar devidamente capacitados, a fim de poder repassar as informações corretas aos estudantes. Pensando nisso, foi firmada uma parceria entre a SMEC e a Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões-URI, e na manhã desta sexta-feira, dia 11, foi realizada uma palestra para os professores da rede municipal de ensino, onde foram abordadas de uma forma ampla questões referentes ao mosquito Aedes aegypti e ao desenvolvimento dos vírus no corpo humano.

A palestrante foi a Professora Rosângela Ferigollo Binotto, Doutora em Gerontologia Médica pela PUC, e integrante do Departamento de Ciências Biológicas da URI. Em sua fala, ela ressaltou os principais fatores que hoje estão impedindo um controle mais imediato dos casos de dengue. “(…) A falta de informação da manifestação dos sintomas, pois no momento em que tu trata, hidrata, você diminui a quantidade do foco viral, então menos mosquitos vão se contaminar contigo mesmo. O segundo aspecto é a questão dos focos de desenvolvimento, ‘ah, vai ter nos rios e nas lagoas’, mas lá ele não está contaminado. O que nós precisamos é acabar com os focos dos mosquitos contaminados. Deve ser uma ação ampla, porque as pessoas vão viajar, então é preciso controlar em todos lugares. Quanto mais locais forem neutralizados, menos proliferação daqueles que estão contaminados. E criar alternativas a médio e longo prazo. De imediato é isso, tirar os focos e terminar com os contaminados”, afirma a professora.

Muito se fala nos sintomas da dengue, mas raras vezes é explicado o que realmente o vírus faz no organismo humano. Rosângela explicou como o vírus da dengue age no nosso corpo, resultando nos sintomas. “O vírus da dengue tem um material químico igual ao nosso RNA, ele atua nos tecidos que a gente precisa e que ele precisa também. Então ele cria um grau de fragilidade em sistemas, como o circulatório através das plaquetas, atua no processo de mobilização funcional, ou seja, no movimento do corpo que são músculos e articulações. Essas estruturas celulares apresentam a mesma composição química que o mosquito, então ele vai precisar dessa substância química pra poder continuar o ciclo dentro do corpo, e aí ele fragiliza. Os sintomas são vinculados à fisiologia nossa, então ele tem um ciclo, porque se ele fosse vinculado a anatomia, daria pra tirar aquela parte lesada e pronto, mas ele atua na fisiologia de um tecido que circula em todo o corpo, cuja afinidade química é igual ao vírus”, explica a Professora.

Hoje, no mundo são 50 milhões de pessoas contaminadas pela dengue, 90% são crianças, os casos de óbito giram em torno de 24 mil. “A perspectiva é essa, pela condição climática, nós já temos uma condição, que é estar entre o trópico de capricórnio e de câncer, densidade populacional média e alta, criadouros e condições para se proliferar, então a tendência é aumentar”, comenta a especialista no assunto. Caso não se tenha um controle da situação, as estatísticas afirmam quem em 05 anos o número de pessoas contaminadas no mundo pode chegar a 2,3 bilhões de pessoas.

Outro fator importante que tem atrapalhado em grande escala o diagnóstico médico é a automedicação. Pede-se às pessoas que no momento em que sentirem algum sintoma relacionado à dengue, procurem atendimento médico, e evitem consumir qualquer medicação por iniciativa própria. Ainda segundo a palestrante, não adianta tomar remédios como forma de se prevenir da dengue, ou seguir receitas de produtos naturais indicados pela crença popular, pois não há nada que possa impedir o vírus de entrar no organismo humano.

As atividades desenvolvidas pela SMEC em prol do combate à dengue continuam. A Secretária da Educação e Cultura, Sidene Buzatto fala sobre o evento que aconteceu hoje, e da importância de enfatizar a conscientização no âmbito educacional.  “Hoje, pedimos pra URI nos dar uma formação bem específica sobre o assunto, para que os profissionais da educação, todos, tivessem esse conhecimento teórico, e tudo que envolve essa questão, pra poder então trabalhar dentro das escolas. Sabemos que as crianças são suscetíveis ao apelo, elas se comovem, e assim esse trabalho se torna uma colaboração com o município, com a nossa comunidade”, afirma Sidene.

ASCOM – Prefeitura Frederico Westphalen

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