Passaporte vacinal gera confusão na Câmara de Porto Alegre

A sessão da Câmara de Porto Alegre desta quarta-feira foi mais do que agitada. Com a galeria aberta, manifestantes contrários ao passaporte vacinal, que entrou em vigor nesta segunda-feira no Rio Grande do Sul, se exaltaram durante a fala do vereador Clàudio Janta (Solidariedade) que defendia a medida. A vigência de um passaporte vacinal em Porto Alegre estava em discussão na sessão, uma vez que os vereadores iriam retomar a votação de um veto do prefeito Sebastião Melo que tratava do assunto. Com o clima mais ameno, a sessão foi retomada. Ao final, o veto foi mantido por 18 votos sim, 14 não e duas abstenções.

CONFUSÃO ALASTRADA
Quando o presidente em exercício, vereador Idenir Cecchim (MDB), solicitou a retirada da galeria de um dos manifestantes que estava portando um cartaz com uma suástica, os vereadores de oposição pediram que os demais manifestantes contrários ao passaporte vacinal fossem retirados. Neste momento, a confusão de alastrou. Durante o movimentação, manifestantes agrediram verbal e fisicamente vereadores, inclusive com mordidas.
Durante as discussões, o vereador Roberto Robaina (PSol) também foi agredido, bem como assessores. Após a confusão, Janta disse que não pretende fazer boletim de ocorrência, uma vez que foi um “evento isolado”. “O que vai ser feito é um pedido formal para a Câmara não deixar mais esses manifestantes, que têm vídeo e fotos, entrarem”. Segundo ele, ainda será solicitada uma reunião da Mesa pra que símbolos nazistas, racistas e nazifascismo sejam proibidos de acessar a Casa.
Entretanto, os vereadores Leonel Radde (PT), que também foi agredido, e as vereadores Bruna Rodrigues e Daiana Santos, ambas do PCdoB, devem prestar boletim. Radde em função da utilização de símbolos do nazifascismo, e as vereadores em decorrência aos ataques racistas.

REGISTROS DE OCORRÊNCIAS
Nos registros de boletim na Delegacia de Combate à Intolerância, da Polícia Civil, foram mencionados “falta de providências da Câmara de Porto Alegre” durante as agressões. O ofício foi recebido pela delegada Andrea Mattos.
Emitiram a denúncia os vereadores Leonel Radde (PT), Pedro Ruas (PSOL), Jonas Reis (PT), Roberto Robaina (PSOL), Matheus Gomes (PSOL), Laura Sito (PT) e Bruna Rodrigues (PCdoB). Na queixa à Polícia Civil, os parlamentares descrevem o que consideraram uma falta de iniciativa em conter os manifestantes que invadiram a Câmara e agrediram verbalmente e fisicamente parte dos vereadores.
“Os manifestantes entraram no local sem nenhum controle dos seguranças da casa. Começaram a atacar os vereadores que se colocavam a favor do passaporte. Levantaram uma suástica. Neste momento, os vereadores requisitaram que o símbolo fosse retirado. Os seguranças não fizeram a retirada do cartaz e nem das pessoas”, diz o documento.

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