Partidos já articulam nomes para a disputa pelo Piratini

A corrida pelo governo estadual já começou e apesar de a definição oficial de candidaturas sair apenas no ano que vem, os partidos governistas e de oposição neste mês de setembro estão acentuando o lançamento de pré-candidaturas ao Palácio Piratini.
Eduardo Leite ficará de fora ente os nomes das urnas em 2022, pré-candidato à presidência pelo PSDB, garante que não irá concorrer à reeleição, mesmo que não seja o escolhido nas prévias internas do partido para a disputa nacional. Para o governador, o compromisso em não tentar a reeleição é o que garantiu apoio ao seu governo na Assembleia Legislativa.

AVALIAÇÃO DE FUTURO CANDIDATO
De acordo com Leite, o governo poderá ter um candidato ao Piratini que venha de um dos partidos aliados como o vice-governador, Ranolfo Vieira Júnior, que deixou o PTB e deve ingressar na próxima segunda-feira no PSDB.
Um dos partidos da base aliada que já definiu que terá candidatura própria é o MDB. O presidente estadual da legenda, deputado federal Alceu Moreira, afirmou que a decisão sobre quem será o candidato ocorrerá no próximo dia 4 de dezembro. Entre os cotados, ele próprio e o ex-governador José Ivo Sartori.
Moreira destacou que o partido está disposto a negociar a candidatura ao Senado da coligação. “A vaga ao Senado é um espaço que pode ser negociado na coligação e vou dizer porquê. O partido que tiver coligado conosco, se ele tiver uma liderança altamente competitiva para concorrer ao Senado, ele vai reivindicar essa posição. Isso trata-se de uma circunstância política. Também não vamos sentar à mesa afirmando que além da definição da candidatura própria ao Governo do Estado também queremos o Senado, mas o conjunto de partidos pode decidir que a figura mais competitiva pode ser do MDB. Não será uma imposição, mas uma construção”, afirmou.

APOIO DE BOLSONARO

No primeiro turno de 2018, Jair Bolsonaro teve dificuldades em achar um palanque oficial entre os postulantes ao governo do Rio Grande do Sul. Dessa vez, a tendência é que tenha o apoio de ao menos duas candidaturas que se almejam competitivas.
No Progressistas, o nome já lançado como pré-candidato é do senador Luiz Carlos Heinze, que precisa apenas ser ratificado pelas instâncias partidárias em 2022. Em 2018, Heinze também foi lançado ao governo, mas acabou saindo como candidato ao Senado quando o partido decidiu apoiar Eduardo Leite.
Apesar de fazer parte da base aliada do governo, hoje o partido tem o líder do governo na Assembleia, deputado Frederico Antunes, Bernardi avalia que o Progressistas não deverá ter o apoio do governador. Segundo ele, já está definido que o partido deixará a base aliada de Leite no final do ano, o que já teria inclusive sido comunicado a ele.
Disputando o mesmo campo, e o apoio do presidente Bolsonaro, deverá estar a candidatura do ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, pelo Democratas.
O DEM está em processo de fusão com o PSL, o que tornaria o novo partido o maior do Brasil em número de deputados federais, consequentemente garantindo mais tempo de rádio e TV e recursos do fundo partidário para 2022.
Já o PTB, que está cortejando Bolsonaro para entrar no partido, diz estar alinhado com os partidos que fazem parte da base apoio ao presidente e que a ideia é montar um único palanque para dar suporte a ele.

A DISPUTA DO CENTRO-ESQUERDA
Desde que o segundo turno foi implementado nas eleições para governador, sempre um candidato do PT ou do PDT esteve entre os dois mais votados no primeiro. Para voltar ao segundo turno, a centro-esquerda e a esquerda podem ter ao menos quatro nomes na disputa. No dia 13 de setembro, o PT confirmou o nome do deputado estadual Edegar Pretto como pré-candidato do partido ao governo.
Presidente estadual do PT, o deputado federal Paulo Pimenta diz que o objetivo do partido é ter uma unidade no campo popular.
A nível nacional, o PT vem sinalizando que poderá abrir mão da cabeça da chapa em diversos estados em prol de aliados que vierem a apoiar a candidatura de Lula à presidência. Pimenta diz que o cenário nacional irá influenciar nas definições para a disputa do governo do Estado, mas vê o RS como um dos Estados em que o partido poderá ter candidato ao governo.
Presidente estadual licenciado do PDT, o deputado federal Pompeo de Mattos crava, de fato, que o partido terá candidatura própria. “O PDT vai ter candidato. Até porque, além de precisarmos ter uma candidatura que nos viabilize, também precisamos ter um palanque para o Ciro”, diz.
O nome mais cotado é do presidente do Grêmio, Romildo Bolzan. No entanto, Pompeo diz que o partido ainda não está fazendo o debate sobre pré-candidaturas.
Contudo, Pompeo reconhece que Romildo é, sim, o “ficha um” do partido para a disputa pelo Palácio Piratini. “A expectativa é que, lá na frente, a gente se encontre, mas não estamos fazendo esse debate agora”, diz.
Como amuleto para a disputa de 2022, Pompeo faz a conta de que o trabalhismo venceria uma eleição no RS a cada seis ou sete disputas.
O pedetista é mais um que destaca que os partidos estão buscando aliados oferecendo, como moeda de troca, a vaga na disputa pelo Senado.
A deputada estadual Luciana Genro afirma que o congresso do PSOL realizado no início do mês, em que ela foi eleita presidente estadual da legenda, definiu pela necessidade de o partido ter candidatura própria no primeiro turno. Segundo a deputada, um dos nomes que já se colocou como possível pré-candidato é Jurandir Silva, atual vereador em Pelotas e que integra o MES, corrente majoritária do partido no RS e da qual Luciana também faz parte.
Outro nome já colocado pelo campo da centro-esquerda como pré-candidato é o ex-deputado Beto Albuquerque, lançado formalmente pelo PSB em 4 de setembro.
Bruck diz que o PSB está conversando com partidos de diversos espectros para a formação de alianças para 2022.
Ele diz ainda que a discussão nacional vai se refletir no Estado, mas que o PSB no RS estará no palanque apenas de quem tiver a compreensão de que o partido pode ser protagonista na disputa estadual.

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