Mais de 300 escolas estaduais do RS não têm banheiro, aponta levantamento do Dieese

Das 2.410 escolas da rede estadual de educação do Rio Grande do Sul, somente 26,2% fornecem água potável e 328 sequer possuem banheiro em suas dependências, é o que aponta um levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-RS) a partir dos dados do Censo Escolar 2020.

A partir do cruzamento de dados da primeira pesquisa estatística do Censo Escolar, divulgada no dia 29 de janeiro pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Dieese apurou que 86,31% das escolas contam com abastecimento da rede pública de água, mas não necessariamente própria para beber, o que é o caso de apenas 26,2% delas. Além disso, apurou que 10 (0,41%) escolas estaduais informaram que não contam com nenhum tipo de abastecimento de água.

A precariedade de instalações sanitárias também fica evidenciada pelo fato de que 54,77% das escolas não contam com esgoto sanitário e 13,65% indicaram que não contam com banheiro nas suas dependências, o que representa 328 escolas estaduais gaúchas.

Os dados do Censo apontam ainda que 69,83% das escolas não possuem banheiro adequado ao uso dos alunos com deficiência ou mobilidade reduzida.

Em nota, o Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers) afirma que deseja que estes dados sejam analisados quando o governo defende o retorno das aulas presenciais como forma de “combater a desigualdade” entre as redes pública e privada.

“Tal justificativa, que embasa a tentativa de forçar a presença de estudantes, desafia a inteligência de quem conhece a rede estadual: escolas sucateadas, com estrutura precária, deficitária em recursos humanos e sem condições de cumprir os protocolos sanitários. Uma política real de redução das desigualdades passa por investimentos consistentes na manutenção e qualificação dos equipamentos públicos que compõem a rede, bem como na valorização dos educadores(as), que já amargam perdas salariais que corroeram 40% do poder de compra da categoria em seis anos”, diz a nota.

O sindicato defende ainda que um retorno seguro das aulas presenciais deve ocorrer mediante a vacinação dos educadores, a garantia de distribuição dos equipamentos de proteção individual (EPIs) necessários e de que as escolas terão os recursos humanos, financeiros e testes necessários à disposição para que o retorno não resulte em novos surtos de covid-19.

 

*Sul 21 

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