Luciano Hang teria cometido crime de agiotagem, segundo relatório da Abin

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) produziu, em junho de 2020, um relatório sobre o empresário Luciano Hang, um dos apoiadores mais entusiasmados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No documento, o órgão afirma que uma sequência de empréstimos feitas pelo bolsonarista configuram “agiotagem”.

O relatório, que se tornou público após divulgação do site UOL, na manhã desta terça-feira (22), mostra que no começo dos anos 2000, Hang fundou uma empresa de fomento mercantil, que era usada para fornecer empréstimos a empresários. Segundo a Abin, o bolsonarista cometia o crime de agiotagem e responde a 25 processos que estão relacionados à prática.

“É de se supor que os empresários que procuravam Hang não estariam aptos a passar pelo crivo analítico de um banco de verdade, sujeitando-se a exposição de cobrança de juros acima do mercado e alienação de bens em garantia”, explica a Abin.

A tese é reforçada no relatório, pois não há argumento para justificar a manutenção das lojas da Havan, com um faturamento cinco vezes menor que o custo de manutenção das sedes e do estoque.

“Este custo fixo relatado se referia ao estoque que equivaleria a 5 vezes o faturamento em um mês da rede de lojas e exigia alto capital de giro, demonstrando já nesta época a alta disponibilidade financeira de Hang”, conta a Abin.

A análise financeira foi feita pela Abin com base na monografia de uma estudante de economia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que teve acesso aos relatórios financeiros da Havan, em 2000.

Em 1999, Hang foi investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) por lavagem de dinheiro, remessa de dinheiro ilegal, sonegação fiscal, contrabando de importados e evasão de divisas. Segundo o site, o “testa de ferro” seria o primo do empresário, Nilton Hang.

De acordo com o UOL, a Abin pretendia investigar Hang para alertar Bolsonaro sobre os riscos de receber o apoio do empresário. O relatório foi enviado à Casa Civil, ao alto comando do Exército, à Polícia Federal e teria sido entregue a um senador que integra a CPI da Pandemia.

Em nota enviada ao UOL, a Havan afirma que “todas as empresas do senhor Luciano Hang estiveram e estão dentro da lei, submetidas a todas as regras de controle, de modo que jamais houve agiotagem ou lavagem de dinheiro.”

 

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