Leandro Boldrini nega participação na morte de Bernardo e acusa os outro envolvidos

O pai do menino Bernardo, Leandro Boldrini, negou participação na morte do garoto, ocorrida em abril do ano passado, durante depoimento que durou três horas e 10 minutos no fórum de Três Passos nesta quarta-feira (27). Ele culpou os demais réus, incluindo a madrastra do menino, Graciele Ugolini, pelo crime. “Eu não participei disso”, disse, ao complementar: “Os autores são os outros denunciados”.

Além do médico e de Graciele, prestam depoimento hoje os outros dois réus: os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz. Boldrini foi o primeiro a depor, na audiência que começou por volta das 10h.

Vestindo um colete a prova de balas, Boldrini demonstrou abatimento. Ele confirmou que Graciele e Bernardo se odiavam e que não conhecia Edelvânia, apenas tinha “ouvido falar” dela.

Sobre a relação com o filho, ele confirmou que o garoto de 11 anos normalmente não participava das atividades da família aos fins de semana e que Bernardo tomava medicação (Ritalina) para se concentrar na escola. Ele negou que tenha receitado Midazolan, medicamento encontrado no corpo do menino, e disse que a assinatura no receituário não é dele.

O médico ainda afirmou que nunca bateu em Bernardo, mas confirmou as discussões. “Eu só queria que ele me respeitasse”, disse.

Questionado pelo juiz do caso sobre o dia do crime, ele disse que Graciele afirmou que levaria Bernardo para Frederico Westphalen, onde compraria uma TV, para evitar que o garoto ficasse em casa e atrapalhasse o sono da filha do casal, de um ano. Boldrini também confirmou que só se preocupou com o menino no domingo, dois dias após a viagem à cidade vizinha, porque a mulher tinha dito que Bernardo passaria o fim de semana na casa de um amigo.

Mais uma vez ele reforçou que a madrasta agiu sem o seu conhecimento quando reiterou que só ficou sabendo da morte quando estava preso. Boldrini também falou sobre a confissão da mulher sobre o crime.

“Quando ela me confessa que teve participação, a polícia me segurou”, afirmou.

“Eu não fui um bom pai”
Questionado pela promotora Silvia Jappe sobre a relação com o filho, Boldrini confirmou que “em alguns momentos” não foi um bom pai. Ele justificou que era “sufocado” pelas atividades como médico e que não conseguia dar a atenção que o filho merecia.

O médico também confirmou que não foi na cerimônia de Primeira Comunhão de Bernardo porque tinha um casamento no mesmo dia. “Eu achava que ele não ia se importar”.

Ele ainda falou sobre a sua situação após a morte do menino e mais uma vez declarou que não tem envolvimento na morte. “A minha inocência é cristalina. Estou preso injustamente”, disse, ao criticar a imprensa. “Eu só quero que a justiça seja feita. A mídia está me massacrando”, completou.

O depoimento foi encerrado pouco antes das 13h50. O juiz anunciou intervalo até as 14h45.

RDG
Eduardo Mattos

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