Informações apontam que vítima sofria frequentes agressões

Morta pelo companheiro nesse domingo, 10, no bairro Fátima, em Frederico Westphalen, Dalciane da Silva Machado, de 26 anos, já teria sofrido agressões anteriores na mesma noite em que ocorreu o crime.

Informações colhidas pela Polícia Civil apontam que, no dia a dia, ela era vítima de frequentes ameaças e agressões físicas feitas pelo marido, que confessou em depoimento ser autor do assassinato. Antes de feri-la a golpes de adaga, o homem, de 22 anos, teria tentado sufocá-la e desferiu um soco em seu nariz, conforme relato de uma testemunha e vestígios de sangue encontrados em um travesseiro no quarto ocupado pelo casal. Foi nesse local onde os dois se desentenderam. Dali, ele correu atrás de Dalciane por cerca de 150 metros, até alcançá-la na rua Julio de Castilhos, onde desferiu pelo menos três golpes de adaga contra a esposa, no abdômen, em um dos braços e embaixo da axila. Pelo corpo da vítima, ainda foram encontrados sinais de que Dalciane tentou se defender das agressões.

Em seguida, o auxiliar de pedreiro teria chamado um familiar para ajudar a levá-la ao Hospital Divina Providência (HDP), onde Dalciane faleceu pouco depois e ele foi então preso em flagrante.

O advogado constituído do acusado, Demetryus Eugenio Grapiglia, disse que o crime foi passional. Na versão do autor confesso, os dois teriam se desentendido por conta de uma suposta traição por parte de Dalciane.

O homem já possuía passagens pela polícia pelos crimes de ameaça, dano, lesão corporal e três tentativas de homicídio, duas enquanto era adolescente e uma ocorrida em março de 2015. A delegada que estava de plantão, Aline Dequi Palma, o autuou por homicídio triplamente qualificado, com motivação fútil e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Pesou ainda o fato de se tratar de um caso de violência contra a mulher, o que caracterizou feminicídio.

Dalciane deixa uma filha de 4 anos*, fruto de um relacionamento anterior. A Polícia Civil segue as investigações sobre o caso e espera enviar o inquérito à Justiça em dez dias. Foi o primeiro homicídio registrado em 2016 em Frederico Westphalen.

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Cristiane Luza/Folha do Noroeste

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