O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB) anunciou nesta segunda-feira (19) que ele e seu vice, José Paulo Cairoli (PSD) abrem mão do reajuste salarial, sancionado pelo próprio na última sexta-feira (16). O governador foi alvo de críticas e pressão popular desde que os novos valores foram publicados no Diário Oficial.
A decisão não afeta os secretários, deputados nem membros do Judiciário, do Ministério Público, do Tribunal de Contas do Estado e da Defensoria Pública.
Em coletiva, Sartori disse ter levado em conta a opinião pública e as pessoas com quem ele convive, que “conhecem as dificuldades financeiras do Estado”. “Acho que quem mais erra é que não tem humildade de eventualmente voltar atrás. O recuo, eu julgo importante em termos de preservação da realidade”, afirmou. De acordo com ele, a decisão é pessoal dele e do vice-governador. “Acredito que ouvi a voz dos gaúchos”, proferiu.
Sartori disse que sancionou o projeto pensando em “manter a harmonia e preservar a autonomia dos outros poderes”, visto que havia sido aprovado pela Assembleia. Ele disse ter ficado “muito em dúvida” sobre a decisão. “Poderia ter vetado, poderia ter silenciado, mas achei melhor e mais conveniente a atitude do que foi aprovado ser sancionado, porque envolvia inclusive outros poderes no mesmo projeto de lei”, observou.
Sobre a formalização da mudança, o governador demonstrou ainda não ter certeza de como isso se dará. “Vocês vão tomar conhecimento porque é um ato único e exclusivo de forma pessoal. Estamos encaminhando para a secretaria da Fazenda e a Casa Civil, que vai encontrar o melhor caminho para resolver isso e evidentemente será publicado no Diário Oficial”, afirmou.
Na sexta-feira, Sartori sancionou o PL que reajustaria seu salário para R$ 25.322, 25. Com o recuo, o valor permanece nos R$ 17.347,14 que vigoraram durante o governo de Tarso Genro (PT). O salário dos deputados ficará em R$ 25.322, 25, sendo agora maior do que o do governador, e o dos secretários em R$ 18.991,69.